Primeira cidade flutuante deve ser concluída no Pacífico em 3 anos
Com o objetivo de ganhar independência dos políticos em vigor, o Instituto Seasteding, com sede em São Francisco (EUA), decidiu criar um projeto para construir cidades flutuantes no Oceano Pacífico. A organização sem fins lucrativos responsável pela ideia, passou cerca de uma década planejando as “comunidades permanentes e inovadoras que flutuam no mar”. Contando com uma estrutura completa, envolvendo casas, hotéis, restaurantes e muito mais, o presidente da Instituição, Joe Quirk, prevê que o primeiro protótipo, que conta com acadêmicos, arquitetos e empresários envolvidos, ficará pronto até 2020.
Em 2017, foi assinado um acordo com o governo da Polinésia Francesa para começar a construir o primeiro dos estados-nação autossustentáveis nas águas do país, a partir de 2019. De acordo com o Instituto, os custos para concretizar o projeto será de US$ 60 milhões, o equivalente a R$ 197 milhões. O investimento inicial foi financiado por Peter Thiel, o fundador do PayPal e um dos primeiros investidores do Facebook.
Defendendo a possível eficácia das cidades flutuantes, o presidente esclareceu os objetivos da organização. “Queremos libertar a humanidade dos políticos e reescrever as regras que governam a sociedade. Os governos simplesmente não ficam melhores. Eles estão presos nos séculos anteriores. Isso porque a Terra incentiva um monopólio violento para controlá-lo”, disse o presidente da Instituição em entrevista ao New York Times.
A próxima etapa para o desenvolvimento da proposta é a realização de uma “oferta inicial de moedas”, uma espécie de campanha de crowdfunding para que o dinheiro que custeará a execução seja gerado a partir da criação e venda de uma moeda virtual. Os organizadores estão otimistas, acreditando na prosperidade das “cidades”, que, devido às mudanças climáticas, que fazem subir o nível do mar, se faz uma proposta atrativa para muitos. “Quero ver as cidades flutuantes em 2050, milhares delas, cada uma oferecendo diferentes formas de governo”, declarou Quirk.
O termo seasteading existe desde 1981, depois que o marinheiro Ken Neumeyer escreveu o livro Sailing the Farm, no qual discutiu a vida sustentável enquanto estava a bordo. Cerca de 20 anos depois, o enredo da obra chamou a atenção de Patri Friedman, neto do economista Milton Friedman, que aproveitou a ideia do livro. Em 2008, ele desistiu do emprego no Google e resolveu ser co-fundador no Instituto Seasteading. “Entre o ciberespaço e o espaço exterior está a possibilidade de instalar os oceanos”, escreveu ele.
Confira o website do projeto: https://www.seasteading.org/