Refugiada torna-se modelo e cria ONG para ajudar crianças de seu país

iammarimalek/Instagram

O Sudão do Sul, localizado no continente africano, é o país mais novo do mundo: conseguiu sua independência em 2011. E também é um dos mais conturbados: sucessivas guerras civis (e todas as violências decorrentes delas, de estupros a massacres) e a fome são seus principais flagelos. Segundo a ONU, mais de 1,5 milhão de pessoas já fugiram dessa que é considerada pela organização uma das maiores crises humanitárias do mundo. Uma dessas pessoas foi Mari Malek.

Mari nasceu na cidade de Wau. Seu pai era ministro de finanças do governo; sua mãe, enfermeira, abriu as portas da casa da família aos desabrigados e necessitados quando o país mergulhou no caos. Porém, quando a situação se tornou insustentável, ela enviou Mari e outras duas irmãs para um campo de refugiados no Egito. Ela passou quatro anos ali, até conseguiu imigrar para os Estados Unidos.

A primeira parada foi em Newark, estado de Nova Jersey. Morando em um complexo habitacional de baixa renda, conviveu com mais violência, drogas e prostituição. Mas depois de um tempo, ela conseguiu localizar familiares na Califórnia. Mudou-se para lá. Estudou, teve um filho aos 20 anos. E eventualmente foi convidada para trabalhar como modelo.

Mari já fez campanhas para marcas como Lanvin e Vogue; apareceu em clipes de Kanye West (“Power“) e de Lady Gaga (“Born This Way“). Também atua como DJ, sob a alcunha Stiletto. E criou uma ONG para ajudar as crianças que ainda estão no Sudão do Sul: a Stand for Education (Apoie a Educação, em tradução livre).

Instagram/Reprodução

Mari explica que o trabalho da organização é voltado principalmente para as meninas – que sofrem ainda mais exploração: quando não são forçadas a trabalhar, são vendidas como “esposas”, para que famílias pobres possam receber um dote, em dinheiro ou gado. “Ainda que tenham chance de ir à escola, acabam saindo cedo por se casarem e engravidarem.”

“Como podemos tomar grandes decisões políticas quando a maior parte do povo do país não sabe ler nem escrever”, afirmou ela à revista Vice. “É exatamente por isso que minha organização tem foco na promoção do acesso à educação. Quero que as crianças e mulheres do Sudão do Sul possam aprender. Quero ensinar às novas gerações que não importa de que tribo você vem.”

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