Pai de menino achado em cela de pedófilo também já foi preso por estupro

Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí / Divulgação

Após ouvir os responsáveis por um menino de 12 anos deixado dentro da cela de um homem preso por estupro de vulnerável no município de Altos, no Piauí, o Conselho Tutelar descobriu que o pai do garoto também cumpriu pena pelo estupro de uma menor de idade. O agricultor Gilmar Gomes, de 48 anos, tinha saído do presídio há apenas seis meses e se considerava “compadre” do preso, fazendo visitas frequentes à casa de detenção. Ele confessou que deixou a criança no local porque o menino pediu para ficar e ser poupado da longa caminhada de volta para casa, já que a mãe fazia serviço de lavagem de roupa para o detento e retornaria à cadeia no outro dia. “Estou muito arrependido. Eu não sabia que a dar esta confusão”, afirmou o homem em depoimento ao delegado.

Em entrevista à Folha de São Paulo, o homem negou ter recebido qualquer dinheiro para deixar o menino ali e afirmou que o preso ajudava a família com algumas comidas, como arroz e feijão. “Eu não sabia que ele era estuprador, ele me enganou e disse que tinha apenas matado a mulher”, contou à publicação. Em conversa com o Conselho Tutelar, o garoto ainda disse que dormiu na prisão outras vezes junto à mãe enquanto o pai cumpria pena.

Ao contrário do relatado por agentes penitenciários que retiraram o menino dentro de cela, a Secretaria de Justiça do estado negou que a criança tenha se queixado de qualquer violência sexual. “A fala do adolescente prevalece e em depoimento ele relata que não aconteceu coisa nenhuma. Que estava lá assistindo ao filme”, afirma nota publicada pela TV Clube Piauí. Mesmo sem a constatação de violência o delegado Jarbas Lima não descarta a violência. “Há vários outros tipos de abuso que podem ter acontecido e vamos apurar até mesmo se os pais participaram de alguma transação para favorecer isso”, afirmou.

O menino continuou sob tutela dos pais e agora a polícia deve escutar os três, assim como outros familiares, para tentar solucionar o caso e descobrir se houve qualquer outro tipo de violência com a criança. Além do “compadre” do pai dele, outros oito presos estavam na cela naquela noite. Os órgãos oficiais do Piauí se comprometeram em reforçar a segurança no período de visitações para que casos como esse não se repitam.

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