Criança é encontrada dentro de cela de homem preso por estupro

Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí / Divulgação

Uma criança foi encontrada escondida dentro de um pavilhão da Penitenciária Agrícola Major César Oliveira, no município de Altos, interior do Piauí. O menino de 12 anos estava na mesma cela de um detento preso após estuprar outro menino, de 14 anos, em 2015. “Ele relatou a agentes penitenciários que teve as partes íntimas tocadas pelo preso. Há suspeita muito forte de que essa criança foi levada para ser violentada durante a noite”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí, Kleiton Holanda, em entrevista ao portal UOL.

O menino foi encontrado porque agentes constataram que um visitante não tinha deixado o presídio após um sábado aberto para familiares. Todas as celas foram vasculhadas até acharem a criança, escondida sem camisa debaixo de uma cama. Ainda não se sabe como o garoto chegou ali, já que visitas para menores de idade só acontecem dentro da capela da instituição e o menino não tinha nenhum grau de parentesco com o preso. “A criança entrou no presídio acompanhada dos pais sem autorização judicial. Isso é muito grave. O que estamos vendo nessa situação é uma aberração de crimes sendo cometidos contra vulneráveis”, afirmou o presidente do sindicato, José Roberto Pereira.

No dia seguinte, também aberto à visitação, os pais da criança retornaram ao presídio e receberam ordem de prisão. Eles confessaram que eram amigos do preso, deixaram a criança no local de proposito para dormir com ele e retornariam no outro dia para buscar o filho. Ambos foram encaminhados para a Central de Flagrantes de Teresina, onde prestaram depoimento e foram liberados. A criança passou por exame de corpo de delito, que não identificou nenhuma violência sexual ou física contra ele, algo declarado pelos agentes como um “golpe de sorte” por terem chegado na hora certa. Mesmo tendo violado o Estatuto da Criança e do Adolescente, levando o filho para ambiente de risco sem permissão da justiça, os responsáveis não perderam a guarda da criança, que continua sob cuidado dos dois até o fim das investigações.

Gostou do conteúdo? Em nossa página tem mais: