Jovem cria biblioteca pessoal apenas com livros furtados

Prefeitura Municipal de Itápolis/Divulgação

Os livros da biblioteca municipal de Itápolis, pequeno município em São Paulo, estavam desaparecendo rapidamente. Sem entender, a direção instalou câmeras para descobrir o que estava acontecendo. No dia 17 de julho de 2017, a polícia municipal descobriu que se tratava de um adolescente que pegava dois livros emprestados enquanto escondia mais quatro na mochila. Flávio Fernando de Oliveira, de 18 anos, foi levado à delegacia e confessou que as obras levadas estavam na casa dele.  Ao chegar à residência do rapaz, uma casa modesta, foram localizados 384 exemplares de cinco bibliotecas locais. Nenhum havia sido perdido ou vendido e o rapaz garantiu que eles lhe serviam apenas para fins de leitura. O caso comoveu a população da vizinhança, que começou a querer fazer doações para a casa do garoto.

Os furtos de Flávio foram motivados pelo amor à leitura, que o rapaz nutre desde muito jovem, segundo a irmã Maria de Oliveira. “Ele gosta de ler desde pequeno e ficava horas trancado no quarto, folheando livros. Ele é bem eclético, lê de tudo. É melhor do que ficar fazendo coisa errada na rua”, disse, de acordo com o portal El País. Ele havia concluído o ensino médio e queria estudar psicologia, mas a universidade mais próxima ficava a 100 quilômetros. O jovem buscava um emprego para bancar os estudos, mas não conseguia nenhuma vaga. Com o tempo livre, a necessidade de títulos para preencher os dias foi crescendo cada vez mais.

A polícia acredita que o rapaz sofra de algum problema psicológico, mas a família garante que não é o caso. “Vou fazer o inquérito por furto simples e encaminhar ao juiz, a quem caberá decidir que andamento será dado”, explicou o delegado Daniel do Prado Gonçalves.

Prefeitura Municipal de Itápolis/Divulgação

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