Mulher com face deformada passa por cirurgia após 4 anos de espera

A saga de Luciene Anselmo começou a quatro anos atrás, quando procurou o setor de Ortodontia da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), após passar muito tempo sendo vítima de bullying por conta de uma deformidade no rosto, gerada por problemas na mandíbula. Depois de todo esse tempo tentando conseguir algum tipo de ajuda, finalmente ela passará por uma cirurgia para reconstruir a face. O procedimento de cerca de seis horas vai corrigir um problema estético,  mas também de saúde. O problema na mandíbula deixa o seu rosto torto, o que a prejudica no dia a dia, já que ela respira apenas pela boca e sente falta de ar.

Após visitar especialistas na área de cirurgia buco-maxilar, Luciene foi diagnosticada com uma síndrome rara de “microssomia hemifacial”, ou seja, malformação e deficiência no crescimento da mandíbula. Sem condições financeiras de arcar com a cirurgia, dentistas do projeto “Corrente Profissional do Bem” decidiram ajudar Luciene e a cirurgia tinha sido marcada para 2014, mas teve que ser adiada. Passando por alguns problemas pessoais, a dona de casa não pode realizar o procedimento.

Luciene está usando aparelho ortodôntico há dois anos, que vem preparando-a para a cirurgia. Anteriormente seriam feitas duas cirurgias mas os profissionais analisaram melhor o caso e optaram por apenas um procedimento, mais complexo e trabalhoso, mas que irá resolver os problemas de forma segura. Finalmente, a cirurgia foi marcada para a sexta-feira, 7 de abril de 2017, e irá contar com a presença do dentista americano David Poor, professor da Universidade do Pacífico, renomado internacionalmente pela experiência em casos de cirurgia buco-maxilo-facial. Todo o procedimento será filmado e transmitido durante a II Jornada Ortocirúrgica da Unimes.

“Vamos substituir a articulação que ela não têm por uma de titânio. A gente faz toda a correção de toda a deformidade que ela tem. É trabalhoso. O dentista americano tem bastante experiência. É uma cirurgia a quatro mãos, dois dentistas e dois assistentes”, comenta Alessandro Silva, especialista em cirurgia buco-maxilar, ao G1.