Devorados por bactérias, restos do Titanic estão com os dias contados, apontam cientistas

Wikipedia / Reprodução

Após 105 anos do naufrágio do RMS Titanic, que partiu para sua última viagem em 1912, ainda restam partes do casco da embarcação no fundo do oceano, a cerca de 3,8 km abaixo da superfície. Porém, cientistas descobriram que uma bactéria esta corroendo rapidamente o casco de metal do navio, que pode desaparecer totalmente em cerca de 14 anos.

Desde 1991 cientistas da Universidade de Dalhousie, em Halifax, no Canadá, começaram a observar a ferrugem formada no caso do navio. Porém, apenas em 2010 outro grupo de estudiosos, liderado pela pesquisadora Henrietta Mann, resolveram dar continuidade às pesquisas e, recentemente, descobriram uma nova bactéria que consegue sobreviver em condições extremas e inabitáveis para a maioria da vida na Terra, como águas completamente escuras e com forte pressão. A bactéria foi nomeada como Halomonas titanicae, em homenagem ao navio. Além disso, ela ainda é capaz de produzir ectoína, substância que a faz contrabalancear a pressão e a concentração de sal da água, facilitando sua sobrevivência em situação tão adversa.

Em 2014, uma equipe de cientistas do Escritório Americano de Administração de Energia do Oceano (BOEM) conduziu o estudo mais completo realizado até hoje, sobre a vida microbiótica em navios naufragados. Eles foram capazes de observar oito restos de navios na parte do Golfo do México, incluindo o Titanic. Foi descoberto que o material do navio é o fator principal para determinar o tipo de micróbio que será atraído. Contraditoriamente, apesar de se alimentar e corroerem os navios, as bactérias também servem para proteger as embarcações do desgaste.

Escritório Americano de Administração de Energia do Oceano / Divulgação

“Basicamente, o que acontece é que qualquer embarcação que afunda, seja um navio de madeira do século 19 ou um navio de aço da Segunda Guerra, fica vulnerável a micróbios que rapidamente cobrem toda sua superfície. Em um primeiro momento, o navio começará a ser corroído em contato com a água do mar, mas conforme os micróbios começam a colonizar o barco, eles formam um biofilme, que é uma camada protetora entre o navio e a água do mar”, explica a arqueóloga marinha da BOEM, Melanie Damour, à BBC.

A descoberta chama atenção dos estudiosos, pelo fato de haver mais de dois mil navios naufragados no fundo do Golfo, desde navios do século 16 até mesmo restos de dois submarinos alemães da Segunda Guerra Mundial. Essas embarcações são monumentos históricos e de grande importância sobre o passado, além de abrir vida marinha. Porém, eventualmente, todos os navios, incluindo o famoso TItanic, serão completamente extintos, e os restos serão incorporados aos corpos de animais e plantas.

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