Esquizofrenia seria mais fácil de desenvolver na adolescência

Avanço em estudo pode ajudar cientistas a identificarem os genes que são capazes de desenvolver a esquizofrenia. Cientistas da Universidade de Harvard descobriram que a doença tem uma forte relação com a adolescência, fase na qual se tem alto nível de pensamento e tomada de decisão. O resultado foi publicado no dia 27 de janeiro de 2016 na Revista Nature.

Geneticista, um dos autores do estudo, Steve McCarroll, disse ao Huffington Post que ainda há problemas na identificação das causas da esquizofrenia e que qualquer descoberta que possa trazer alguma ideia de como ela é originada já é considerada vantajosa. “A situação científica fundamental na esquizofrenia e todas as doenças mentais é que não sabemos até mesmo as coisas mais básicas sobre como começar a tratar estas doenças”, explicou.

Foi descoberto que as pessoas que possuem um gene que acelera o processo da poda sináptica no cérebro correm mais risco de desenvolver a doença porque, geralmente, o cérebro utiliza o processo para enviar informações desnecessárias enquanto vai amadurecendo. Esse cenário seria mais comum na adolescência e no começo da fase adulta, quando ocorre uma grande quantidade de pensamentos e tomadas de decisão, atividades concentradas no córtex pré-frontal.

Para McCarroll, os remédios não são voltados para tratar a doença. “Eles tratam um único sintoma de esquizofrenia, que é a psicose. Eles não tratam o declínio cognitivo e a retirada emocional que os pacientes suportam porque não abordam as causas profundas”, conta. Apesar do estudo estar no começo, os pesquisadores acreditam estar no caminho certo. “Vamos trabalhar muito para tentar entender o que exatamente está mudando no cérebro adolescente, neste momento particular da vida”, diz o pesquisador.