Cientistas criam “HD” de imagens em DNA de bactérias

National Institut of Mental Health/Divulgação

Uma equipe de cientistas conseguiu armazenar um gif de cinco quadros no material genético de uma bactéria. A experiência se aproveita da capacidade de armazenamento de informações do DNA, que é de quase 490 bilhões de gigabytes por grama. As imagens foram recuperadas da bactéria E.coli com 90% de precisão. A expectativa é de que a técnica possa transformar as bactérias em verdadeiros gravadores de imagem no futuro, sendo usadas para coletar informações sobre o que acontece ao seu redor e até mesmo dentro do corpo humano.

Para fazer o experimento, os cinco quadros de um cavalo chamado Annie G, fotografado no século 19 pelo fotógrafo britânico Eadweard Muybridge, foram transferidos para os nucleotídeos (estruturas do DNA), conseguindo obter um código para cada pixel da imagem. Esse código foi colocado no genoma da bactéria através de uma ferramenta genética chamada CRISPR, que permite essa transferência para o organismo vivo. Como estão inseridos no genoma, esses dados são passados hereditariamente, estando sujeitos a mutações.

As inserções dos quadros do gif foram feitas ao longo de cinco dias em genomas de várias bactérias. Nenhuma delas tinha a animação completa. “A informação não está contida em uma única célula. Então tivemos que olhar para a relação de pedaços de informação nos genomas dessas células vivas e dizer: podemos reconstruir o vídeo inteiro com o passar do tempo?”, detalhou Seth Shipman, coautor do experimento ao site da BBC. Um sequenciamento de DNA organizou as informações e conseguiu extrair as imagens com a precisão de 90%.

A iniciativa se faz útil porque as bactérias serviriam de equipamento de gravação, podendo viajar pelo sangue e acumular informações sobre um paciente, fornecendo um panorama, em filme, dos processos biológicos do corpo e de tudo que ocorre dentro do ambiente orgânico a nível celular. Mas isso é uma promessa para um futuro (próximo?)…

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