Árvores se comunicam entre si e tem rede de “internet” própria

Pixabay/Reprodução

Árvores são seres de vida social complexa que trocam nutrientes e informações entre si, cuidam de seus “bebês”, combatem invasores de forma coordenada e parecem ser capazes de aprender, mesmo não possuindo cérebros, tudo isso de acordo com o engenheiro florestal alemão Peter Wohlleben.

Após anos cuidando das matas do município de Hummel, na Alemanha, e acompanhando os descobrimentos acerca da fisiologia e comportamento das espécies vegetais de grande porte, Peter aprendeu bastante sobre a forma como as árvores funcionam. Uma das análises feitas por ele revelaram uma rede de comunicações como se fosse uma “internet das árvores”, que se estabelece a partir de uma densa trama de conexões entre as raízes de diferentes vegetais, interligadas graças à aliança entre as árvores e certos fungos. Assim, os fungos tem acesso ao açúcar produzido pela árvore durante a fotossíntese e as raízes das plantas adquirem maior capacidade de absorver água e minerais do solo.

Informações bioquímicas também podem viajar pelos ares, entre uma árvore e outra. Nas savanas da África, quando as girafas mastigam as folhas das acácias, essas árvores começam a liberar o gás etileno, captado por acácias vizinhas. Elas, por sua vez, percebem que precisam bombear mais toxinas para as folhas, para desencorajar o apetite das girafas.

Apesar de trabalhar com florestas com diversidade de espécies muito menor do que a de biomas como a Amazônia e a mata atlântica, Wohlleben diz que o sistema de conexões entre os espécimes é mais ou menos o mesmo. “As árvores aí podem crescer bem mais rápido que as nossas, mas também precisam de bastante tempo, talvez cem ou 200 anos, para alcançar um estágio maduro”, disse ao portal do jornal Folha de São Paulo.

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