Adolescente com autismo finge chefiar a CIA e rouba dados confidenciais

Pixabay / Reprodução

Um jovem de apenas 18 anos conseguiu se passar por um chefe da Central de Inteligência Americana (CIA) e acessar dados confidenciais, enganando operadores de telemarketing e técnicos de informática, de dentro de seu quarto, na cidade de Coalville, na Inglaterra. Kane Gamble fundou o grupo Crackas With Attitude (CWA, que em português significa “hackers com atitude”) em 2015, por motivações políticas, após se revoltar contra o governo norte-americano. Utilizando o método que especialistas chamam “engenharia social”, o garoto manipulava pessoas para conseguir informações pessoais do alto escalão da CIA e FBI, muitas vezes se passando por chefes de departamento, até ter acesso a e-mails, telefones, documentos confidenciais, dados sobre a inteligência americana, além de operações militares no Iraque e Afeganistão.

O garoto tinha dois alvos principais: o líder da CIA, John Brennan, e o diretor do FBI, Mark Giuliano. Além destes, Kane almejou outros alvos como o Secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, o diretor de Inteligência Nacional do governo Obama, James Clapper, o vice-conselheiro de segurança nacional, Avril Haines, e o consultor sênior de ciência e tecnologia, John Holdren. “Tudo começou por eu estar a ficar cada vez mais irritado com o nível de corrupção e frieza do governo americano. Decidi fazer alguma coisa”, disse o jovem à imprensa americana.

“Kane Gamble obteve acesso às contas de comunicações de alguns oficiais de inteligência dos EUA e funcionários do governo. O grupo incorretamente foi referido como hackers. O grupo, de fato, usou algo conhecido como engenharia social, que envolve a manipulação social de pessoas – call centers ou desktops de ajuda – para realizar atos ou divulgar informações confidenciais”, explicou John Lloyd-Jones, promotor responsável pelo caso, ao jornal britânico Independent.

Em outubro de 2017, Kane declarou-se culpado na corte Leicester Crown, sob oito acusações de executar uma função com a intenção de garantir o acesso não autorizado a computadores e duas acusações de modificação não autorizada de material sigiloso. A defesa alega que o jovem sofre de autismo e tinha entre 15 e 16 anos durante o período de atividades. Ele será sentenciado no Old Bailey quando a audiência retomar em uma data ainda não divulgada.

Gostou do conteúdo? Em nossa página tem mais: