Por redução, polícia dos EUA usa ferramenta que “prevê” local de crimes
O processamento de grandes volumes de dados (big data) se tornou um grande aliado para prever quando e onde um crime acontecerá nos Estados Unidos. Dessa forma, a polícia envia patrulhas à área para dissuadir os potenciais delinquentes. De acordo com a Polícia da cidade norte-americana de Memphis, a incidência de crimes sérios diminuiu 30% e os episódios violentos tiveram uma redução de 15% com o uso dos dados.
Em uma determinada área de Richmond, capital do estado da Virgínia, a polícia registrou uma queda de quase 30% nos crimes violentos e homicídios em um ano. Tanto a polícia de Memphis quanto de Virgínia usam sistemas criados pela empresa IBM para prever delitos. Ainda nos Estados Unidos, a cidade de Reading, na Pensilvânia, mostrou uma redução da criminalidade após adquirir um software de prognósticos para segurança pública. Em 14 meses, o número de furtos caiu 23%, mesmo com a redução do contingente policial no mesmo período. O dispositivo usado foi o PredPol, startup californiana que usa big data para prever o comportamento da criminalidade.
“Trabalhamos em prever quando e onde é mais provável que ocorram delitos. Não dizemos que com toda certeza que aqui ocorrerá um delito. Atribuímos uma probabilidade de que ocorra um delito numa determinada localização. A única informação que usamos são os dados históricos: que tipo de delito é, onde ocorreu e quando”, explicou Jeff Brantingham, cofundador da PredPol, de acordo com o El País.
Para que o sistema funcione, é preciso combinar o conteúdo dos boletins policiais, às vezes escritos à mão, com informações meteorológicas (o nível de criminalidade varia de acordo com o clima, diminuindo nos períodos de chuva e neve) e com determinadas conjunturas – por exemplo: se for dia de pagamento.
Em Miami, o sistema da IBM também é utilizado para criar uma lista de suspeitos, discriminando-os quando a polícia já tem informação sobre eles. O sistema leva em conta o comportamento dessas pessoas em outros casos para dar uma probabilidade de quem seria o responsável pelo crime. De acordo com o especialista em análise de dado IBM, Ramiro Rego, apesar de desempenhar um papel cada vez mais importante, os sistemas não substituem o trabalho da polícia. “Isto não vai substituir em hipótese alguma a experiência nem o valor da polícia. Na verdade, estas tecnologias ajudam com números a polícia a tomar decisões mais rapidamente”, explicou.