Grupos traçam perfil do público do rock no Recife
A cena underground do Recife ainda é um mistério para muitas pessoas – público e bandas incluídas. Não se sabe qual o perfil dos frequentadores destes shows, frequência ou ainda o que pensam sobre a produção local. Justamente por isso, o grupo Cena Recife, realizou uma pesquisa para tentar traçar o perfil de quem curte o rock na capital e nas cidades vizinhas. O resultado foi divulgado no fim de dezembro de 2015, em formato de relatório público e de um infográfico animado em vídeo, com todos os números e resultados.
Entre os destaques, estão o dado de que apenas 11% dos apreciadores do rock underground na capital pernambucana são mulheres. Além disso, 68% buscam informações sobre a cena e sobre música online, em sites especializados ou em redes sociais. Um dos termômetros que a pesquisa ainda indica é a sensação de 22% dos entrevistados ao apontar como principal problema dos shows realizados no Recife como sendo a “desorganização”.
Sobre a pesquisa, Draylton Tavares, da Jet Cats, diz que “ela surgiu da necessidade que vimos de saber quem eram as pessoas que víamos nos shows quando íamos tocar e pra também saber como atingir esse público quando lançássemos a Coletânea Cena Recife”. Ele realizou a iniciativa junto a Herbert Lima (Iluminácidos), Roque Duoxe (Olhos Aquáticos) e o fundador do blog Tratado sobre Objetos Musicais Pernambucanos (Tompe), Rodrigo Cavalcanti. A colêtânea foi lançada no dia 4 de dezembro, enquanto a pesquisa contou com a participação de 175 entrevistados e foi realizada entre os dias 04 e 19 de agosto de 2015.
O perfil foi criado a partir de questões como: idade, região, sexo, escolaridade, canais que mais acessam em busca de música, estilo de rock preferido, frequência de shows, lugares frequentados, problemas enfrentados pela cena underground, se conhece uma banda da cena, quais são banda mais citadas, o que mais chama atenção, o que faz procurar bandas novas.
Lançamento – Segundo Rodrigo Cavalcanti, o Tompe surgiu a partir de uma ideia de escrever sobre as bandas pernambucanas. “Nasceu como um blog para eu e Jorge Cerqueira falarmos sobre bandas pernambucanas que curtíamos. A ideia inicial era fazer o que desse na telha, misturar música com literatura filosofia e até pesquisa”, explica. Atualmente estão lançando um e-book com os melhores textos e entrevistas realizados nos anos de 2013 e 2014 . A ideia deles agora é transformar o Tompe em um espaço “para fomentar a produção e o consumo de música na região”, comenta Cavalcanti.
Obs. O número de respostas de cada tópico varia, uma vez que, em algumas alternativas, havia a possibilidade de mais de uma resposta ou que o entrevistado deixasse de responder.