Petição online tenta impedir retirada de morador de caverna

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No final de fevereiro de 2016, a Justiça de Santa Catarina determinou a desocupação do morador de uma caverna do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Vilmar Godinho, que residia no local há 26 anos. O caso tomou grande repercussão nas redes sociais após amigos de Vilmar sair em sua defesa, por meio de uma petição online e uma página no Facebook.

Há quase três décadas, Vilmar decidiu largar tudo e morar no terreno do Parque. No local, ele construiu uma espécie de casa, de 28m², e uma pequena horta. Agora a Justiça de Palhoça – a pedido do Ministério Público de Santa Catarina –  determinou que o rapaz desocupasse o espaço, alegando que é uma área de proteção ambiental. Caso ele se recusasse a sair, teria que pagar uma multa diária de R$500.

Segundo ZH, a juíza substituta Cíntia Werlang escreveu em um documento sobre o caso que Vilmar retirava recursos do parque, como água e lenha, esse último devido, a seu fogão funcionar à base do material. Em entrevista ao G1, o promotor responsável pelo caso, José Eduardo Cardoso, disse que ao morar no local, Vilmar acaba explorando os recursos naturais. “Ele ocupa um local que não poderia, certamente não paga IPTU ou outros impostos que todos os cidadãos são obrigados a pagar. Se vive há 26 anos no local, é muito estranho que não tenha regularizado a situação.”

No momento, o rapaz conta com a ajuda de amigos, moradores da região e desconhecidos para não ser posto para fora do local. Uma página denominada Deixem o Vilmar em paz foi criada no Facebook e já possui mais de 20 mil curtidas. Além dela, foi criada uma comunidade de petição online no dia 22 de abril e conta com quase 12 mil assinaturas. O objetivo da comunidade, por enquanto, é atingir 20 mil.

Na petição, há uma breve história sobre a escolha e o estilo de vida de Vilmar. “Ele trocou a grande metrópole Porto Alegre e seu emprego como publicitário não para se tornar um eremita, mas para se dedicar incondicionalmente para a comunidade, a fauna e a flora local”, diz o texto. Além de pedir que Vilmar permaneça morando no local e que a multa seja cancelada, a comunidade solicita que reconheçam o trabalho do rapaz, em relação a preservação da fauna e da flora presentes no espaço.

Thiago Bittencourt de Medeiros/Facebook/Reprodução