Pesquisa descobre antídoto para pacientes com overdose de analgésicos

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Cientistas descobriram o que pode ser um antídoto para danos, antes irreversíveis, no fígado. Pessoas com overdose de paracetamol agora têm possibilidade de ser “salvas”. Uma diversidade de medicamentos, úteis no combate contra a gripe e algumas outras viroses, possuem na composição o paracetamol, e, segundo especialistas, muitas pessoas ingerem a substância mais do que deveriam e, todos os anos, cerca de 50 mil pacientes procuram hospitais para solucionar incidentes de sobredosagem (acidental ou consciente) e, em média, 200 pessoas chegam à morte. O remédio que já existe para combater esses tipos de casos é o N-acetilcisteína, que trabalha na “limpeza” de uma substância denominada NAPQ e desgasta o fígado no momento em que há excesso de paracetamol no corpo. O medicamento Aladote, utilizado para evitar problemas cerebrais durante tratamentos de quimioterapia, tem um novo uso a ser verificado, uma vez que atua dentro das células do fígado para protegê-las das reações químicas que levam ao seu dano, podendo reverter o quadro que leva tantos pacientes à morte.

Os testes mostram que o antídoto pode ser eficaz em até 36 horas após uma sobredosagem. Os resultados e a eficiência do medicamento serão julgadas pela primeira vez em 24 pacientes em Edimburgo, no final de 2017, pelo especialista em toxicologia James Dear. Por já ser liberado no tratamento para evitar problemas cerebrais durante processos de quimioterapia, o Aladote pode conseguir uma aprovação mais rápida. “Durante as primeiras 24 horas após o envenenamento, as pessoas geralmente experimentam poucos ou nenhum sintoma. Portanto, muitos pacientes chegam ao hospital em um estágio tão tardio que o tratamento padrão atual não é suficiente para prevenir insuficiência hepática aguda”, afirmou ao jornal britânico DailyMail.

Dependendo do estágio de intoxicação do fígado, no entanto, mesmo o tratamento pode não adiantar. “O tratamento atual apenas limita o dano se chegarmos cedo, mas, infelizmente, em muitos casos, as pessoas não sabem que sofreram uma overdose ou, se sabem, não estão conscientes da urgência de obter ajuda. Uma vez que o fígado tenha sido danificado além de um certo ponto, não há como voltar atrás e os pacientes morrem à espera de um transplante urgente de fígado ou se tornam tão rapidamente doentes que é muito tarde para considerar essa possibilidade”, completou o pesquisador. A sobredosagem de paracetamol é muito comum em pessoas que tentam suicídio, mais especificamente entre adolescentes.

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