Médicos confundem sintomas de tumor com menopausa e atrasam tratamento de mulher

Câncer Foundation / Reprodução

As fortes dores de cabeça, fadiga, insônia e fraqueza nos membros que a norte-americana Karen Yardley, de 50 anos, sentia foram diagnosticados por diversos médicos como menopausa. Remédios como terapia de reposição hormonal e antidepressivos foram recomendados, além de orientações para que ela aceitasse que tudo estava correndo de acordo com o seu tempo de vida. O que eles não esperavam é que os sintomas fossem, na realidade, um indicativo de tumor cerebral.

“Meus sintomas pioraram e pioraram. Parecia que ninguém estava me ouvindo – eu me sentia solitária”, contou Karen ao jornal britânico Mirror. A primeiras desconfianças sobre os riscos da sua saúde ocorreram em 2016, durante um exame ocular, quando o oftalmologista apontou que o nervo óptico direito estava inchado e a pressão dos olhos era o dobro do que deveria ser. Outros exames foram realizados, mas nada relacionado ao tumor foi detectado.

Com o passar dos dias, Karen perdia cada vez mais a visão e deixava de fazer atividades do cotidiano, como dirigir, buscar os filhos na escola, montar quebra-cabeças, jogar palavras cruzadas e sudoku. Em entrevista, ela lembrou que, no fundo, sabia que havia algo errado e que não era algo relacionado à menopausa. “Eu literalmente me arrastei de joelhos e implorei por ajuda. Eu estava convencida de que estava morrendo, mas ninguém percebia”.

Quando finalmente realizaram uma ressonância magnética, os médicos perceberam que havia um tumor do tamanho de uma bola de golf pressionando o seu nervo óptico. Durante uma operação de oito horas, os cirurgiões conseguiram remover todo o corpo estranho. Os resultados da biópsia revelaram que ele era benigno.

Por conta do diagnóstico tardio, as pernas de Karen ainda estão fracas e ela passou a sofrer da síndrome do túnel do carpo em suas mãos. Quando fica cansada, precisa usar cadeira de rodas e não pode fazer atividades simples, como cozinhar. “Me deixa triste quando olho fotos de mim como uma mulher vibrante, que amava andar de moto, e ver como as coisas são agora. Eu acho que parte de mim vai sofrer pelo ‘velho eu’ pelo resto da minha vida”, disse.

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