Homens são mortos por conta de boato espalhado por whatsapp

@redetvistas/Twitter

A disseminação de informações falsas em redes sociais e aplicativos de mensagens se tornou algo cada vez mais comum entre seus usuários. Porém, a falta de verificação sobre a veracidade de determinadas notícias pode acabar tendo resultados desastrosos.

Foi o que aconteceu no dia 25 de maio de 2017, no estado indiano de Jharkhand: sete homens foram espancados até a morte em dois ataques realizados por populares, que haviam recebido através do whatsapp a notícia de que um grupo de sequestradores de crianças estava agindo na cidade. A história, porém, era falsa.

Em algumas horas, uma turba de mais de 500 pessoas havia se formado, abordando transeuntes aleatoriamente – e sem nenhuma confirmação de que havia criminosos a serem procurados. Ao jornal The New York Times, Shrikant Khotre, assistente da superintendência da polícia de Ghatsila (onde uma das vítimas sobreviveu), informou que nenhum registro de sequestro de crianças foi feito naquela região.

Um dos ataques foi descrito por Uttam Verma, de 31 anos. Ele contou que passava de moto pelo vilarejo de Nagadih, com seu irmão, Vikas, procurando por um terreno para estabelecerem um novo negócio de fossas sépticas. Quando chegaram lá, encontraram a estrada bloqueada por vários homens, armados com arco e flechas, machados e espadas.

O grupo acusou os irmãos de serem os sequestradores e exigiram seus documentos – que o irmão de Verma não tinha. Eles telefonaram para casa e um outro irmão, Gautam, acompanhado de um amigo, Gangesh Gupta, e da avó dos três, chegaram ao local. A turba, porém, se impacientou e começou a atacá-los. Vikas, Gautam e Gupta acabaram mortos. De acordo com o tio de Gupta, Radhey Shyam Gupta , a polícia local foi chamada, mas não interviu – segundo Prashant Anand, superintendente da polícia de Jamshedpur, por estarem em minoria.

No outro ataque, a vítima fatal foi Mohammad Naeem. Ele trabalhava com outros três homens em um evento familiar que estava sendo realizado nas imediações de Ghatsila, quando eles foram atacados por uma multidão. Um vídeo postado no YouTube mostra Naeem já ensanguentado, cercado por várias pessoas, enquanto aparentemente é interrogado.

A polícia informou que, até o momento, 20 pessoas já foram presas e outros 17 suspeitos identificados. Os policiais responsáveis pelas delegacias próximas aos locais dos ataques foram suspensos, acusados de negligência. Uma investigação está em curso para identificar o autor das mensagens falsas.

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