Homem doa metade da pele para irmão com 95% do corpo queimado
Franck Dufourmantelle deu entrada no Hospital Saint-Louis, em Paris, com 95% de seu corpo queimado e menos de 1% de chance de sobreviver. O francês sofreu um acidente enquanto manipulava materiais químicos na fábrica onde trabalha quando foi vítima de uma explosão. A sua sobrevivência veio graças a Eric, seu irmão gêmeo, que doou metade de sua pele para um transplante arriscado, mas que deu certo. “As chances dele sobreviver eram mínimas. Em caso de queimaduras severas, o paciente morre quando sua própria pele vira um veneno. Mas quando eu soube que Franck tinha um irmão gêmeo idêntico, os céus se abriram. É como se a pele dele fosse a pele do irmão”, explicou Maurice Mimoun, cirurgião plástico, para o jornal britânico The Telegraph.
Para realizar o procedimento de transplante, foi preciso ter aprovação da Agência de Biomedicina da França. A iniciativa partiu de Eric, que recusou a baixa probabilidade de resistência de Franck. Foram tiradas camadas finas da pele do irmão, que iam de cinco até 10 cm de comprimento e eram esticadas em uma máquina especial. Foram cerca de dez operações, incluindo os transplante e retiradas da pele queimada. Entre as partes transplantadas estão peles da coxa, das costas e do couro cabeludo de Eric. Com isso, o crescimento de uma nova pele foi estimulado. A total compatibilidade genética da pele do irmão evitou rejeição, recorrente nesse tipo de transplante.
“Quando eu vi meu irmão, não hesitei por um segundo”, declarou Eric ao jornal francês Le Parisien. O incidente aconteceu em setembro de 2016. No começo de 2017, Franck começava a retomar sua mobilidade, hoje ele se exercita todos os dias em um centro de reabilitação. Não fiz isso por desespero, mas para termos esperança”, explicou o doador para o jornal britânico BBC. O procedimento não foi o primeiro caso de transplante de pele entre gêmeos, mas foi o primeiro a cobrir uma área tão grande do corpo. “A pele do meu irmão agora é a minha. Foi um gesto de amor. Devo minha vida a ele. Meu irmão é meu herói”, conclui Franck.