Estudante arrecada dinheiro em campanha após racismo dos pais

 Reprodução/Heavy.com

A americana Allie Dowdle, de 18 anos, criou uma campanha no site “Go Fund Me” chamada “Aos estudos de Allie — Diga não ao racismo” quando os pais resolveram parar de sustentá-la por estar namorando Michael Swift, um rapaz negro. Além disso, Allie foi proibida de encontrá-lo depois de ter mostrado uma foto dele ao seu pai, Bill. “Meu pai não me deu uma opção: ele me disse que eu não tinha permissão para ver Michael novamente. Por quê? Estritamente por causa da cor da pele. Não era um ‘não’ silencioso. Nunca esquecerei os gritos que meus pais deram, quando expressaram quão decepcionados estavam de mim, que eu poderia fazer muito melhor”, contou a moradora da cidade de Memphis nas redes sociais.

Ainda na sua publicação, Allie relata que continuou encontrando com seu namorado, mas discretamente. Com o tempo, ela tentou uma reaproximação dele com os pais, que escolheram definitivamente não apoiar mais o futuro da filha tirando todos os seus recursos, desde parcelas do carro à faculdade. Acontece que a garota ainda precisava pelo menos de U$10 mil (R$ 32 mil) para cobrir contas relacionadas aos estudos e, por isso, resolveu pedir ajuda na web. “Tudo isso porque amo outro ser humano, como me ensinaram a fazer. Como poderia meu amor por outra pessoa estar errado por causa de sua cor de pele? E por que isso me tornaria indigno de um futuro pelo qual trabalhei tanto? Porque meus pais me listaram, sua própria filha, como alguém que não é digno de seu tempo e dinheiro, eu virei ao público para o apoio. Me dói ter que pedir dinheiro. Eu prefiro estar trabalhando para ele, mas, atualmente, não tenho outras opções. Mesmo a menor quantidade ajuda. Eu não posso expressar o quanto seu tempo e dinheiro significa para mim. Posso garantir que estou fazendo tudo o que estiver ao meu alcance para criar um futuro para mim, mas chegou ao ponto em que devo pedir ajuda.”

A internet se dividiu, alguns disseram que a campanha havia sido feita com uma menina mimada que havia perdido o carro. Fato é que a meta de arrecadar U$ 10.000 foi atingida com sobras. Quanto á família dela, se defenderam dizendo que “nunca foi uma questão sobre a cor da pele”. O pai, Bill Dowdle, em entrevista ao jornal New York Daily News, admitiu que Michael não era sua “preferência”, mas negou ser racista.

No Brasil, casos envolvendo racismo não são tão incomuns. Na Bahia, um casal de turistas foi expulso de um restaurante por seu dono, após fazer comentários racistas direcionados a um dos garçons do local. O caso aconteceu no dia 26 de julho de 2016. “Em nosso estabelecimento, não iremos tolerar nenhum tipo de preconceito ou ‘piadas’ neste sentido. Lamentável, ainda existe gente assim em todo lugar”, criticou o proprietário do restaurante no Facebook.

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