Escola pede bilhete suicida como lição de casa e revolta pais de alunos
Uma lição de casa passada aos alunos do 8º ano da Thomas Tallis School, colégio de Londres, na Inglaterra, gerou revolta nos pais das crianças de 12 a 13 anos de idade. Um professor de literatura pediu aos alunos que eles escrevessem um bilhete suicida baseado na tragédia do dramaturgo inglês William Shakespeare.
Segundo a escola, a intenção da atividade era que os alunos entendessem a história dramática da peça, colocando-se no lugar de Macbeth ao escreverem um bilhete explicando as razões pelas quais tirariam a própria vida. De acordo com o professor, o método é conhecido nas aulas de literatura. Porém, muitos pais ficaram indignados com a proposta. A mãe de uma das garotas da turma disse que escrever o bilhete foi uma tarefa muito difícil para a menina, que já presenciou o suicídio de um amigo. “Foi totalmente inapropriado. Acredito que o tema deve ser discutido, mas em um ambiente de apoio. Minha filha ainda não superou a perda de seu colega e continua recebendo acompanhamento de um psicólogo. Tudo isso foi muito insensível”, disse a mãe ao Telegraph.
Após ser bombardeada por críticas de pais e outras pessoas, a escola resolveu ir a público pedir desculpas pelo ato. Confira a nota publicada na página oficial da escola no Facebook, por Carolyn Roberts, professora chefe da Thomas Tallis School:
“O professor que passou o exercício é muito experiente. Agradecemos que o exercício tenha perturbado a família e tenha discutido o assunto e a abordagem com o corpo docente. Eu me encontrei com os pais na semana passada e me desculpei de todo o coração em nome da escola e os tranquilizei sobre as ações que foram tomadas. Os pais aceitaram as desculpas em uma reunião que foi amigável e cordial. Nós nos preocupamos profundamente com o bem-estar emocional de nossos alunos e, claro, não desejamos nenhum sofrimento para qualquer um deles – tudo o que podemos fazer é realizar discussões e debates sobre tópicos como estes de forma favorável e sensível. Se estivéssemos cientes de qualquer aluno que teria definido o exercício como perturbador, é claro que teríamos uma abordagem diferente. Ouvimos as preocupações levantadas por este debate e não faremos o exercício novamente. Peço desculpas novamente, por qualquer dificuldade que isso possa ter causado à família”.