Encontrados selos históricos de correspondências entre nomes bíblicos
Arqueólogos descobriram um patrimônio cultural de grande valor. Trata-se de pedaços de argila que há 2700 anos serviam de selo com para enviar mensagens entre personagens do Reino de Judá. A destruição por incêndio que devastou Jerusalém no ano 586 a.C. acabou sendo responsável pelo desaparecimento da maioria das evidências de cartas e correspondências da cidade, mas os selos, resistentes ao fogo. Por isso, achá-los é uma grande conquista histórica, pois permite o conhecimento sobre os sistemas administrativos desenvolvidos pelo povo e a identidade de algumas pessoas que viveram há mais de dois milênios.
As escavações da Autoridade de Antiguidades de Israel, feitas no Parque Nacional da Cidade de Davi, mostraram que alguns selos estavam quebrados, o que indica a abertura da carta antes da chegada ao destinatário. O material com o qual eram feitos se assemelhava à cerâmica, portanto, conseguiram resistir ao fogo, preservando as letras das pessoas que o “assinaram”. “Parece que, em vez de escrever os nomes dos funcionários, os símbolos foram usados para mostrar quem era o signatário ou o que estava selando”, comentaram Ortal Chalaf e Dr. Joe Uziel, líderes da escavação.
Cravados em alguns dos pedaços de argila estão nomes bíblicos e conhecidos no contexto israelita, tais como Pinchas e Achiav Ben Menachem. “Achiav” não aparece nas Escrituras, mas Menahem (traduzido para o português como Azarias, descrito em 2 Reis 15) foi um Rei de Israel, e, embora a ortografia do nome seja um pouco diferente, é muito provável que seja a mesma pessoa. A versão nominal escrita no selo pode ser vista também no livro bíblico do profeta Jeremias. Os resultados e objetos encontrados na escavação começaram a ser exibidos ao público na 18ª conferência de pesquisa da Cidade de Davi, em setembro de 2017.