Descoberta de relíquias chinesas comprova lenda de tesouro perdido

Institute of Archeology Chinese Academy of Social Sciences/Reprodução

Uma lenda chinesa de mais de 300 anos foi confirmada após cientistas analisarem um conjunto de mais de 10 mil itens de ouro, prata e jóias finas descobertos sob o leito de um rio da China. Segundo a Xinhua, a agência de notícias oficial do governo chinês, os pesquisadores afirmaram que esses objetos indicam a veracidade da existência do tesouro perdido de Zhang Xianzhong, lendário líder camponês do século 17.

De acordo com relatos históricos, ao tentar transferir suas tropas e bens para outra região, em 1646, Xianzhong foi derrotado pelos exércitos da dinastia Ming. Diz a lenda que os mais de mil barcos afundados durante a batalha estavam cheios de tesouros, mas, ao longo dos séculos, não foi encontrada nenhuma evidência da existência desses objetos.

“Os objetos descobertos são a evidência mais direta e convincente para a identificação da área onde a batalha foi travada”, explicou o arqueólogo chinês Wang Wei, segundo o portal de notícias do Estadão. O local onde o tesouro foi encontrado fica na intersecção dos rios Min e Jin, cerca de 50 quilômetros ao sul de Chengdu, capital de Sichuan.

Institute of Archeology Chinese Academy of Social Sciences/Reprodução

“Os itens encontrados incluem grandes quantidades de moedas de ouro, prata e bronze, joias e armas de ferro, como espadas, facas e lanças”, afirmou o diretor do Instituto de Pesquisas em Arqueologia e Relíquias Culturais da Província de Sichuan Gao Dalum.

As primeiras descobertas aconteceram no local em 2005, quando trabalhadores de obras de construção civil encontraram lingotes de prata no leito do rio. A partir de um estudo preliminar, o governo declarou que a área era um sítio protegido, em 2010. Porém, uma escavação mais abrangente foi adiada enquanto especialistas discutiam qual seria a localização da batalha lendária que dizimou a esquadra.

Se tornou muito difícil impedir que caçadores de tesouro saqueassem o local, então especialistas pediram autorização para fazer uma escavação imediata. O projeto, então, teve início em 2017 e cerca de 10 mil metros quadrados já foram escavados desde março, mas os pesquisadores querem continuar até abril, com esperança de encontrar novos itens.

“Os itens são extremamente valiosos para a ciência, a história e a arte. Eles têm grande significado para a pesquisa sobre a vida política, econômica, militar e social da dinastia Ming”, disse o arqueólogo Li Boqian, da Universidade de Pequim.

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