Crianças albinas que perderam membros em ritual de magia ganham próteses

Quatro crianças albinas da Tanzânia perderam membros, dedos e dentes em ataques dirigidos por supersticiosos no ano de 2015. Na África Oriental, é comum que as partes dos corpos de pessoas albinas tenham alto valor para aqueles que praticam feitiçaria, pois acreditam que elas trazem sorte e riqueza. Após tanto sofrimento, finalmente elas viajaram para os Estados Unidos para colocação de próteses para substituir os membros perdidos.

As crianças, que hoje estão com idade entre 7, 14, 15 e 16 anos, estão sendo tratadas no Hospital Shriners para Crianças na cidade de Filadélfia. Lusambo Baraka, Mwigulu Magesaa, Emmanuel Rutema e Pendo Noni estão sendo acompanhados pela Global Medical Relief Fund, uma instituição de caridade com sede em Nova York, que ajuda crianças e adolescentes feridas em conflitos ou desastres. O apoio vem desde as viagens até as próteses.

“Eles perderam tanto. Não apenas um membro. Eles perderam parte da juventude e parte de sua dignidade. Nós os colocamos de volta juntos. Quando eles voltam, eles têm um forte sentimento de capacitação”, explica a fundadora da instituição, Elissa Montanti, para o jornal Daily Mail.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), na África Oriental, uma em cada 5.000 a 15.000 pessoas é albina. Especificamente na Tanzânia, a albinismo afeta aproximadamente um em 1.400. Dados assustadores mostram que, segundo as Nações Unidas, pelo menos 75 albinos foram mortos na Tanzânia entre os anos de 2000 a 2015. Como a maioria dos ataques ocorre em rituais secretos em áreas rurais, esse número pode ser ainda maior.