Cientistas criam técnica capaz de reverter cegueira causada por doença na retina
Cientistas estão trabalhando em uma nova técnica de edição de genes que combina o Crispr (ferramenta de edição de genoma) com uma nova habilidade, capaz de atingir células que não podem ser divididas. Esse novo mecanismo pode culminar no retorno da visão em pessoas cegas. Até o momento, foram realizados testes apenas em ratos com retinite pigmentosa, doença ocular que provoca degeneração na retina em quase dois milhões de pessoas em todo o mundo.
“Estamos muito entusiasmados com a tecnologia que descobrimos porque é algo que não poderia ser feito antes”, disse o autor do estudo, Juan Carlos Belmonte, professor do Laboratório de Expressão Genética do Instituto Salk, nos Estados Unidos, em declaração reproduzida pelo site de curiosidades científicas IFLS. “Pela primeira vez, podemos entrar em células que não dividem e modificar o DNA à vontade. As possíveis aplicações dessa descoberta são vastas”, acrescentou.
No estudo realizado com os ratos, após cinco semanas, a visão melhorou. A técnica entusiasmou os cientistas, que garantes que os resultados são bastante promissores, podendo chegar ao ponto de afastar completamente o risco de cegueira em portadores da doença, caso o tratamento comece de forma precoce. “Conseguimos melhorar a visão de ratos cegos. Este sucesso inicial sugere que esta tecnologia é muito promissora”, disse o co-autor do estudo Reyna Hernandez-Benitez. No caso da retinite pigmentosa, um dos genes que é danificado, chamado Merkt, é substituído e instinto por cópias que funcionam.
As células não divididas, caso do Merkt, representam a maior parte dos órgãos e tecidos do corpo humano. A nova técnica, portanto, pode ser aplicada em diversas outras enfermidades no futuro, incluindo doenças do coração, neurológicas e outras de retina. A ciência pode substituir células danificadas por cópias funcionais.