Cidades brasileiras oferecem geladeiras solidárias, com alimentos gratuitos a quem precisa
![Facebook/reprodução da Internet](http://curiosamente.diariodepernambuco.com.br/wp-content/uploads/2016/03/geladeriaessa.jpg)
Desde novembro de 2015, uma geladeira solidária posta na Rua Goiás, no centro de Divinópolis (MG) é preenchida por alimentos doados pela comunidade, que também pode consumi-los gratuitamente. O autor da iniciativa foi o empresário Marcelo Duarte, que descobriu a existência de um projeto similar na Europa. “O Brasil desperdiça 41 bilhões de toneladas de alimento por ano. O objetivo da geladeira é, além de evitar que comida seja jogada fora, possamos alimentar as pessoas e trabalhar o espírito de amor e compaixão pelo próximo”, explica. Geladeiras com a mesma finalidade já estão nas ruas de Salvador (BA) e Taubaté (SP).
Marcelo acredita que o sucesso da iniciativa, explicitado pela geladeira sempre limpa e cheia de alimentos, apesar de sempre ter estado em espaço público se deve ao envolvimento das pessoas. “Para começar o projeto e comprar a geladeira foram dez amigos. O dono da loja nos vendeu a geladeira nova por um preço muito abaixo do que ela valia, foi a 11ª pessoa a colaborar. Quando precisamos de uma logomarca, uma agência de publicidade cedeu e foi a 12ª. Para adesivar, uma empresa de adesivos apareceu e fez tudo de graça. O suporte da geladeira foi entregue por uma serralheiro, a 14ª pessoa”, comenta.
Após ser divulgado em vários veículos de comunicação da cidade, o projeto ganhou a adesão da comunidade. “Há uma senhora que sempre coloca alimentos e me diz: ‘essa geladeira virou minha terapia’. As pessoas conseguem se renovar com esse projeto. Uma corrente do bem tem resultados incontáveis. Hoje, até supermercados fazem doações”, coloca Marcelo.
![Facebook/Reprodução da Internet](http://curiosamente.diariodepernambuco.com.br/wp-content/uploads/2016/03/geladeiradentroessa.jpg)
Dentre as regras para doação de produtos à geladeira, está a obrigatoriedade de entrega de produtos embalados, com data de validade exposta, e a proibição do depósito de alimentos crus ou perto de vencer e de bebidas alcoólicas. Recentemente, uma nutricionista voluntária deu dicas de manuseio, preparo, disposição, validade e acondicionamento dos alimentos. A geladeira não se destina apenas a mendigos. “Qualquer um pode tirar a comida e doá-la. O que serve para um, serve para todos”, completa Marcelo.
Nenhum incidente de depredação da geladeira foi registrado. “Quando comecei o projeto escutei comentários muito negativos. Havia até quem dissesse que colocariam veneno nos alimentos. É preciso acreditar nas pessoas. A gente estava tão conectado em pensamentos positivos que coisas ruins nunca aconteceram. Espero que repitam a iniciativa em outras cidades do país”, torce Marcelo.