Canibalismo, o crime cada vez mais comum que aterroriza a África do Sul

Nesha Humes/Usafe

Um homem de 23 anos foi preso depois de se alimentar do corpo de Thembisa Masumpa, uma mulher de 35 anos que ele havia decapitado, na província do Cabo Oriental, na África do Sul. Aphiwe Mapekula chegou a ser flagrado pela polícia em cima dos restos da vítima e teve que ser baleado para interromper a ação criminosa. Ele acabou baleado três vezes, no braço, perna e barriga, quando atacou a polícia com uma faca. No hospital para o qual foi encaminhado, tentou atacar a médica que o atendia.

Aphiwe Mapekula/Arquivo Pessoal

Aphiwe Mapekula/Arquivo Pessoal

O caso virou destaque na imprensa mundial e lançou luz sobre uma onda de crimes de canibalismo, quando há o consumo de carne humana, que encontra terreno fértil na África do Sul, muitas vezes por motivações religiosas. Mapekula faleceu três dias depois. Em entrevista ao Daily Dispatch, a mãe do rapaz, que denunciou que o filho havia atacado a vítima, vizinha de ambos, lamentou o ocorrido. “Nunca criei um filho como esse. Nunca imaginei isso”, afirmou.

Segundo o DailyMail, mais de 300 pessoas sul-africanas confessaram já ter se alimentado de outros seres humanos. Além disso, alguns confessaram já ter desenterrado restos mortais de túmulos para vender a curandeiros. Sem comprovações científicas que justifiquem os rituais antropofágicos, o prefeito da Província do Cabo sugere um “abuso de drogas e substâncias” como possível origem do comportamento canibal.

BBC Reprodução

Em agosto de 2017, no vilarejo de Shayamoya, uma seita convidava pessoas desempregadas para trabalhar para os seus membros, ajudando no trabalho de captura e preparação dos rituais de antropofagia. As pessoas participavam de banquetes de carne humana, servidos pelo grupo, acreditando que aquele alimento os daria dinheiro, poder e proteção. Após uma das vítimas, Zanele Hlatshwayo, de 25 anos, ser encontrada morta e com sinais de violência em seu cadáver, o curandeiro e líder do movimento, conhecido como Mkhonyovu (“o corrupto”, em zulu), decidiu se entregar às autoridades sob justificativa de “cansar de comer carne de ser humana”.

Para provar que o que falava era real, o líder levou a Polícia até o local onde eram feitas as cerimônias antropofágicas e mostrou uma panela de orelhas humanas, além de corpos em decomposição de mais duas pessoas que estavam desaparecidas. Foram encontradas também maletas com partes de cadáveres e roupas ensanguentadas dentro da casa, onde a prática era realizada e outros cinco seguidores da seita acabaram presos.

 

Canibalismo marcou história recente de Pernambuco

No mês de abril de 2012, um crime com traços semelhantes ao da África do Sul foi descoberto no agreste de Pernambuco e chocou o país. A polícia começou a investigar a história dos “Canibais de Garanhuns” quando encontrou dois corpos na casa onde moravam Bruna Cristina de Oliveira, Jorge Negromonte e Isabel Pereira. Meses de depoimentos e investigações descobriram que os assassinatos faziam parte de uma seita chamada “Cartel”, onde a morte da vítima era um tipo de purificação.

Entre os anos de 2008 e 2012 o grupo matava as vítimas, se alimentava da carne e também a colocava em salgados vendidos na cidade. A filha de uma das vítimas teria sido “adotada” pelo grupo e também teria comido carne humana. Em juri popular, realizado dois anos depois da descoberta do caso, cada um dos suspeitos foi condenado a mais de 20 anos de reclusão.

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