App ajuda mulheres a driblar blitze de polícia da moralidade no Irã

Gershad/Reprodução

Um aplicativo tem ganhado o gosto dos jovens islâmicos e ao mesmo tempo a reprovação das autoridades. Trata-se do Gershad, criado por uma equipe anônima com o objetivo de avisar aos usuários de smartphones onde estão localizados os postos de polícia da moralidade, que cobram vestimenta e comportamento “adequados” para os islâmicos a qualquer momento. Ele foi bloqueado pelas autoridades, mas alguns usuários conseguiram contornar o bloqueio por meio de internet privada.

Assim como aplicativos de transportes, o Gershad possui um mapa e ao localizar a blitz, indica qual é a sua posição. O ícone que representa a polícia no aplicativo é um homem barbudo. Caso a pessoa não esteja de acordo com os “padrões”, está sujeita a receber advertências, multas ou processos.

Mima/Twitter

As mulheres costumam ser as principais “vítimas”, já que não podem ter suas unhas pintadas nem mostrar o cabelo – e também as mais fiéis usuárias. De acordo com o Daily Mail, a equipe responsável pela criação do aplicativo disse que as blitze incomodavam principalmente as mulheres. “Durante anos, a polícia da moralidade tem causado perturbações para as mulheres iranianas”.

A fiscalização do governo iraniano em relação a vestimenta passou a ser feita a partir de 1981. Gershad tem sido apontado por algumas pessoas como uma forma inicial de “protesto digital” no Irã, como é o caso de um consultor de fabricantes de aplicativos no mercado iraniano, Amir-Esmaeil. “Ele está mostrando uma tendência em protesto digitais. Eu vejo isso como um precedente para futuras aplicações de seu tipo”, disse. A empresa por trás do aplicativo não considera a criação como uma forma de protesto, mas como um movimento social.