Fones de ouvidos carregam até 10 mil fungos e bactérias

Pixabay/Reprodução

Uma pesquisa com 40 fones de ouvido feita em Campinas, interior de São Paulo, encontrou cerca de 10 mil fungos e bactérias, presentes significativamente em 87% dos aparelhos analisados. Entre os 40, 30 eram do modelo comum, que se encaixa na cavidade da orelha, e 10 eram headphones. As principais causas dessa contaminação foram apontadas como falta de higienização e problemas no compartilhamento dos fones.

A pesquisa foi feita na Universidade Devry Metrocamp. Dentre as bactérias encontradas estava a Staphylococcus aureus, que é responsável por abscessos e infecções cutâneas (como furúnculo e impetigo). Além disso, ela também causa infecções nas vias aéreas superiores, como a otite, sinusite e pode chegar a um quadro de meningite. Entre os fungos, a presença mais preocupante foi a do Candida ssp, que consegue provocar infecções em pessoas com imunidade baixa, além de chegar afetar a anatomia de órgãos do ouvido.

O estudo foi proposto pelo pesquisador Márcio Evangelista Júnior, 21 anos, que sofre de problemas auriculares desde criança. Há dois anos, ele teve duas infecções no ouvido, causadas pela Staphylococcus aureus. “Usava fones boa parte do dia, no ônibus, em casa. Toda hora eu estava com fone. Fiquei meio assustado porque vi que era do fone que estava vindo isso. Tive que diminuir o uso e fazer mais higienização, que eu não tinha o costume”, contou Márcio ao portal G1.

Segundo os pesquisadores, a limpeza ideal deve ser feita com álcool isopropílico , que não agride os componentes eletrônicos dos fones. Usando um cotonete ou um pedaço de algodão, deve-se passar o álcool na parte que fica em contato com a orelha e também nos fios. Ainda é recomendado que se faça essa higienização todos os dias, ou, no mínimo, uma vez por semana.
Os headphones apresentaram um número menor de contaminação, sendo levemente mais seguros. O compartilhamento dos fones não é recomendado, pois há diferenças entre as floras auditivas. “Evite emprestar, porque sua flora é diferente da flora da outra pessoa”, explica a professora Rosana Siqueira, coordenadora do estudo.

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