Mergulhador fica preso em caverna submersa por 60 horas

Yaplcal.com - reprodução

Um mergulhador ficou preso em uma caverna a mais de 20 metros de profundidade por 60 horas, sem comida, sem água e com pouco oxigênio, mas sobreviveu. Xisco Gràcia tem 54 anos e é um experiente mergulhador de cavernas, porém, isso não impediu que ele ficasse em uma situação extrema, ao ponte de considerar a possibilidade de usar uma faca para se matar, diante da falta de esperança em um resgate.

De acordo com informações do jornal norte-americano New York Post, seu cilindro de oxigênio já estava repleto de dióxido de carbono e ele sofria os efeitos da mudança. Passou a ter alucinações e cogitou tirar a própria vida para evitar a morte lenta e aogniante da falta de oxigênio.

“Eu tenho um filho de 15 anos e uma filha de 9. Eu pensei sobre o quanto eles são novos para perderem o pai e o que aconteceria com eles”, contou Xisco sobre o que lhe ajudou a se manter vivo. “Pensei em como eu poderia morrer da forma mais temida pelos mergulhadores – sem comida e sem ar”.

Ele contou que tinha pouco tempo de luz em sua lanterna e, por conta disso, teve que escolher entre procurar água para beber ou pegar a sua faca para o caso extremo de tirar a própria vida. “Decidi nadar até o local que deixei meu material e peguei a faca. Eu queria ter um último recurso para o caso de precisar escolher entre morrer rápido ou devagar”.

O caso ocorreu em 15 de abril, mas ganhou destaque na imprensa internacional em meados de julho. Na ocasião, o espanhol explorava a caverna de Sa Piqueta com o amigo Guillem Mascaró. Xisco coletava amostras de pedras para análise (trabalha como geólogo), enquanto Guillem nadava em busca de um outro local apto para exploração. Foi em um desses novos locais que tudo deu errado. Os amigos se bateram e acabaram pisando no lodo que estava no chão, fazendo com que a água ficasse completamente turva e escura.

Como se não bastasse, o fio de nylon que usavam como guia se partiu. Na busca por ele, usaram quase todo o oxigênio e os suprimentos emergenciais. Decidiram que Guillem sairia em busca de ajuda e levaria o oxigênio restante, enquanto Xisco esperaria o resgate. “Guillem estava relutante em me deixar sozinho, mas sabíamos que era a nossa única chance”. Para a sorte de Xisco, tudo deu certo. O resgate chegou antes que o ar rico em dióxido de carbono envenenasse Xisco por completo.

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