Estudo indica que crianças desistem de cantar por falta de apoio
O filme húngaro Sing ganhou o Oscar de melhor curta-metragem e conta a história de uma criança que participa de um coral, mas que recebe ordens de não cantar, mas dublar. Essa é uma prática comum nesses ambientes e faz com que crianças passem a acreditar que elas não têm talento para música. Um estudo revelou que todas as pessoas podem cantoras, mas é a pressão de familiares, professores e amigos que faz com que a criança desista ou até mesmo perca suas habilidades.
Crianças são musicais naturalmente, pois vivem cercadas de melodias, canções e dança. Isso significa que é possível desenvolver as habilidades a ponto de a criança passar a ter uma voz considerada bonita pelos outros. No entanto, conforme a criança cresce, ela recebe a mensagem de que não têm talento. Programas como American Idol e The X Factor promovem a ideia de que a capacidade de cantar é uma coisa rara e que as pessoas que não têm esse talento se tornam forma de entretenimento apenas quando são ridicularizadas.
A psicóloga Carol Dweck chama isso de “mentalidade de crescimento” que tem um papel crítico na hora do aprendizado. Alunos que enxergam seu trabalho como resultado de perseverança e ultrapassam obstáculos acabam atingindo um nível maior de sucesso enquanto aqueles que acham que sucesso depende de uma habilidade, ou se trata apenas de talento, acabam desistindo.
A pesquisa indicou que adultos que deixaram de fazer aulas de canto quando criança podem perder as habilidades por falta de uso e oportunidade, mas ter um adulto em casa que canta sem ter vergonha pode ser uma das influências mais poderosas em uma criança. O professor de Educação de Música Steven M. Demorest acredita que música deve ser explorada por todo mundo. “Você pode cantar com seus filhos desde quando eles são pequenos; cante junto com o rádio, cante no carro ou cante na mesa de jantar”, disse em um artigo publicado pelo The Conversation.
“Aos professores de música, eu peço que vocês encorajem todas as crianças na sala de aula, escolas e comunidades a cantarem sempre e em qualquer lugar. A triste verdade é que quando nós, especialistas em música, dizemos para eles não cantarem, isso se torna um golpe fatal na autoimagem da criança”.