Crianças decidirão se vão usar calça ou saia, de acordo com identidade de gênero, no Reino Unido
Uma polêmica decisão dividiu opiniões no Reino Unido: 80 escolas estatais passaram a permitir que crianças se vistam de acordo com o que melhor lhe representem. Agora, nenhuma regra vai designar qual criança deve usar saias ou calças, elas poderão escolher o padrão que quiserem. A decisão faz parte de uma série de condutas do governo para fazer com que crianças se sintam mais à vontade para questionar sua identidade de gênero.
Em pronunciamento à imprensa, o secretário geral do Conselho de Escolas Independentes do Reino Unido afirmou que todas as escolas públicas e privadas deveriam seguir o mesmo caminho nos próximos meses. Ainda assim, organizações cristãs levantaram preocupações de que “a escolha do uniforme poderia confundir as crianças mais jovens e levar os mais velhos a questionarem sua identidade quando precisarem de reafirmações perante a sociedade”.
Seis meses antes da decisão das 80 escolas estaduais, a escola de Brighton, uma instituição privada de mais de 170 anos, já tinha mudado regras para uniformes para as crianças. Em entrevista ao portal britânico The Independent, o diretor da instituição afirmou que “Essa mudança vem com o pedido de algumas famílias (…) as crianças mais jovens precisam ser respeitadas por quem elas são”, afirmou.
No Recife, apesar das escolas municipais contarem com um uniforme padrão para meninos e meninas, a relação da educação com a identidade de gênero também é questionada na cidade, principalmente por entidades cristãs. No mês de Maio de 2016, crianças do 5º ano do ensino fundamental correram o risco de ficar sem livros de ciência após a bancada cristã da Câmara dos Vereadores tentar proibir o uso de obras que citassem questões de gênero e homossexualidade. Um livro em específico, que em um dos seus capítulos apontava que “faz parte da sexualidade conhecer a si mesmo e aos outros, e os comportamentos que estão relacionados à identidade sexual” foi alvo de debates na câmara.