Zika vírus – uma ameaça mundial: caminhos de uma reportagem

Foram 5,2 mil quilômetros percorridos até o encontro com famílias que há muito pouco tempo tiveram a notícia de que seus sonhos deram uma guinada e seus filhos teriam destinos diferentes daqueles projetados. Como entrevistados, estariam pais combalidos como vítimas de um fenômeno biológico inexistente na literatura médica. A reportagem esteve determinada a mostrar além das mães entrevistadas nos postos de saúde de referência nas capitais nordestinas.

Então, buscou amparo técnico para traçar um longo roteiro. Concentrou esforços nos estados e nas áreas destacadas nos primeiros relatórios oficiais do Ministério da Saúde – Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte – todos estados do Nordeste. Os números dos governos estaduais sobre os municípios com mais casos de microcefalia, o sequenciamento do Levantamento Rápido do Índice de Infestação da Dengue (LIRAa) e a população das cidades nortearam todo o trajeto.

São Paulo foi incluído porque não se fala de futuro do zika sem se passar pelo estado mais populoso da nação.
Esta reportagem é um ponto de partida jornalístico. Ou o primeiro rascunho sobre um vírus que intriga cientistas e deve mudar centenas de histórias brasileiras.