Pesquisa supõe que DST’s tenham ajudado a aumentar a monogamia

Fatos Desconhecidos/Reprodução

Uma nova pesquisa indica que doenças sexualmente transmissíveis (DST), como gonorreia e sífilis, podem ter ajudado a desenvolver a monogamia. Os cientistas chegaram a esse indício, após criar um modelo de computador com o objetivo de explorar algumas DST’s. Eles basearam-se em duas comunidades poligâmicas, uma com cerca de 30 pessoas e outra com aproximadamente 300 pessoas. A pesquisa foi publicada na Revista Nature Communications.

O estudo, realizado por Chris Bauch, da Universidade de Waterloo, no Canadá, e Richard McElreath, do Instituto Max Planck da Antropologia Evolutiva, na Alemanha, analisou grupos de caçadores e agricultores. A população de aproximadamente 30 pessoas foi considerada como formada por caçadores, enquanto que populações com até 300 pessoas eram agricultores. Eles fizeram 2 mil simulações para cada um dos grupos, analisando um período de 30 mil anos.

Segundo o The Guardian, nos pequenos grupos poligâmicos, eles descobriram que as doenças foram minimizadas de forma rápida. Porém nas comunidades maiores, o impacto das DST’s foi maior, tornando-se uma endemia, quando a doença existe somente em um determinado local. Por esse motivo, a população poligâmica foi dando espaço aos monogâmicos. Os cientistas também informaram que tais mudanças coincidiram com o crescimento de comunidades que trabalhavam com agricultura. “Muitas das maneiras de se comportar com os outros e nossas regras de interação social também têm origens em algum tipo de ambiente natural”, disse Bauch.

Apesar do estudo ser significante para os autores, a pesquisa gerou opiniões contrárias. Para Kit Opie, do Departamento de Antropologia da University College, Londres, o modelo de base utilizado pelos cientistas pode estar errado. “Casamento de caçadores é um assunto muito mais flexível do que estamos acostumados. Poligamia pode ser permitido, mas raramente é praticado.”

Bauch rebateu o comentário dizendo que o argumento de Opie não muda a conclusão da pesquisa. “Eu não acho que isso afeta a nossa hipótese, porque a nossa hipótese e mecanismo de preocupação são de tendências gerais”, disse.