Inédito no mundo, bebê brasileiro nasce de útero doado por paciente morta
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Semanas após o primeiro bebê dos Estados Unidos nascer de um útero transplantado, o Brasil também comemora o nascimento da primeira criança gerada de um transplante. O procedimento foi realizado ainda no ano de 2016 pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e tem um diferencial em relação ao resto do mundo: nele, foi a primeira vez na qual o órgão retirado de uma mulher com morte cerebral, e não doado por uma pessoa viva, gerou uma criança. Outros dois transplantes do tipo terminaram com um aborto espontâneo e com uma rejeição. A fertilização in vitro foi feita pela mesma equipe médica meses depois da cirurgia e a gestação acompanhada até os últimos momentos.
O feito brasileiro acontece apenas três anos depois do primeiro nascimento do tipo na história, na Suécia. “O transplante uterino foi feito poucas vezes no mundo; isso mostra que o Brasil, em termos de medicina reprodutiva, está à frente ou andando junto com os melhores países”, afirmou em entrevista ao jornal da Band o especialista em reprodução humana Maurício Chehin. A identidade da família, assim como sexo do bebê, foram preservados.
O primeiro transplante de útero bem sucedido em uma humana foi registrado na Turquia, em 2011. O procedimento é feito, geralmente, em mulheres que não têm o órgão por alguma síndrome ou acidente e querem ter filhos biológicos. O risco de rejeição do órgão faz com que ele seja colocado de forma temporária: depois de gerar um ou dois filhos, a mulher passa por uma cirurgia para retirada do útero. Dessa forma, ela pode parar de tomar remédios que previnem a rejeição e diminuem sistema imunológico.