Método que gera “bebês de três pais” recebe aprovação
Pesquisadores receberam permissão para colocarem em prática a técnica de fertilidade que permite o nascimento de “bebês de três pais”. Na verdade, a criança terá um pai, uma mãe, além de material genético de uma outra “mãe”. Essa técnica impede que a criança herde doenças genéticas letais. Os primeiros bebês usando essa prática devem nascer no final de 2017, em Newcastle, na Inglaterra, após decisão histórica da Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA).
“Essa decisão representa a culminação de muitos anos do trabalho árduo de pesquisadores, especialistas clínicos e reguladores, que fizeram o caminho para que o Parlamento mudasse a lei em 2015 e assim permitir o uso dessa técnica”, disse a presidente do HFEA Sally Cheshire ao jornal britânico Independent.
O Reino Unido foi o primeiro país a legalizar o uso de MRT, que consiste em usar uma pequena parcela do DNA de uma terceira mulher e adicionar à informação genética do pai e da mãe do bebê. O Centro de Fertilização de Newcastle espera atender ao pedido de 25 mulheres por ano. “Pacientes agora poderão se inscrever individualmente no HFEA para receber o tratamento de doação mitocondrial, o que vai mudar a vida dessas pessoas, pois eles procuram evitar passar doenças genéticas sérias para as gerações futuras”, explicou Sally Cheshire.
No entanto, críticos temem que o método não é infalível e que pequenos números de mitocôndria defeituosa podem acabar sendo levadas para a criança e replicado no embrião em desenvolvimento.