Jardim Botânico do Recife é alçado ao top 5 do Brasil, mas continua pouco conhecido
Apenas cinco jardins botânicos brasileiros estão no padrão mais alto do Conama. Produção de mudas e sementes foi diferencial para classificação do local pernambucano
Bonito, público e uma boa opção de lazer e caminhada para os pernambucanos. O Jardim Botânico do Recife (JBR) ainda é um ilustre desconhecido de boa parte da população pernambucana. Não deveria. Elevado, em 2015, ao padrão de classificação A, pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o local conta, apenas em cactos, bromélias e orquídeas, com cerca de 700 unidades que compõem a coleção científica do local, disponível para visitação pública – com passeios, inclusive, guiados. Ao todo, são 90 espécies de 35 famílias botânicas espalhadas em seu território.
São 10,7 hectares de vegetação nativa e exótica, no coração do bairro do Curado, Zona Oeste do Recife. Criado desde 1960, com o desmembramento do Instituto de Pesquisa Agropecuária do Nordeste (Ipeane), o local compõe parte da Unidade de Conservação Municipal da Mata do Curado e abriga também animais nativos da região, de bichos-preguiça e saguis a raposas e serpentes.
De acordo com a gestora do JBR, Zenaide Magalhães, a reclassificação do local segundo os preceitos do Ministério do Meio Ambiente colocou o aparelho recifense entre os cinco melhores do gênero no país. O problema é que um outro integrante do ranking, o de Porto Alegre, teve fechamento anunciado, o que gera temor pela continuidade do trabalho desenvolvido. “A avaliação veio com muitas recomendações e necessidades de adequações. Parte da reforma, orçada em R$ 500 mil, já foi entregue e outra está em curso, inclusive com área multiuso para os visitantes, com lanchonete e local coberto para eventos”, explica.
Atualmente com 10 mil visitantes mensais, o Jardim Botânico passa também por melhorias no viveiro florestal e deve passar a ter proteção para os estudos científicos desenvolvidos, desde tela no setor de produção de mudas, até uma casa de vegetação com cobertura plástica que fenômenos naturais, como a própria chuva, impeçam o desenvolvimento controlado de espécies da coleção científica. “O Brasil inteiro se comunica nesse sentido. Quando morre uma espécie em algum outro jardim botânico do país, fornecemos – e vice-versa. Por isso, precisamos investir no banco de germoplasma (material genético vegetal), nas sementeiras e precisamos de área de plantio”, explica. É justamente o argumento que norteia a negociação de ampliação em 15 hectares da área do JBR. “A conversa está avançada e Exército e CDL já sinalizaram que podemos ter novidades”, antecipa.
espécies, sendo 4 invasoras, de 35 famílias botânicas
mudas produzidas
hectares de área
reais investidos em manutenção (e folha) por mês
Trilhas são opção de lazer e contato com natureza
Os interessados em conhecer o Jardim Botânico do Recife podem fazê-lo de terça a domingo, das 9h às 15h30. O passeio é livre e gratuito. No entanto, há a possibilidade de participar de visitas guiadas, com profissionais do aparelho público – com direito a chance de observar animais livres em seu habitat. Grupos escolares são a prioridade durante os dias úteis, mas a população também pode fazer as trilhas guiadas aos finais de semana, em três horários: 9h30, 10h30 e 14h (inscrição com trinta minutos de antecedência, na portaria).
SIM
Respeite a orientação de funcionários, responsáveis por sua segurança na unidade
Faça silêncio e resista à tentação de alimentar ou mexer com os animais
Leve um saquinho para recolher o lixo produzido durante o passeio
Use calça comprida e sapato fechado, de preferência, antiderrapante
Endereço:
BR-232, KM 7,5, Curado, Recife – PE, CEP 50.791-540
NÃO
É proibido fumar dentro do Jardim Botânico
Não coloque as mãos em buracos ou locais cobertos por folhas – risco de animais peçonhentos
Não caminhe fora das trilhas demarcadas em áreas onde não seja de passeio livre
É proibida a participação de crianças com menos de 10 anos na trilha
Horário de funcionamento: Das 9h às 15h30
Entrada: Gratuita
Ed Wanderley
Repórter
Ed é repórter do Diario desde 2010. Esteve no Jardim Botânico apenas duas vezes e não leva jeito com plantas – com ele, até cacto morre.
Paulo Paiva
Fotógrafo e videografista
Paulo Paiva é fotógrafo do Diario há dois anos. Diz passar uma tarde inteira de trabalho, sem sentir cansaço, desde que seja numa praça ou no meio do mato. Fotografar assim não faz mal…