Inédito no Brasil, fenômeno de “jatos gigantes” é registrado na Paraíba

Diego Rhamon/Youtube

Um fenômeno raro aconteceu no céu da Paraíba. Chamado de Gigantic Jets (Jatos Gigantes), se trata de raios azuis que aparecem por cima das nuvens. O evento ocorreu na cidade de Taperoá, na Borborema, mas foi registrado no Agreste da Paraíba, em Campina Grande, a 103 km do local onde o fenômeno aconteceu, por um estudante do curso de meteorologia.  As imagens são do  dia 13 de março de 2017.

“Esse fenômeno faz parte do que a astronomia chama de Eventos Luminosos Transientes (TLEs, na sigla em inglês). Os jatos azuis são um tipo bastante raro de fenômeno elétrico que acontece acima das nuvens de tempestade (Cumulonimbus), e muito além da altitude dos fenômenos tradicionais”, disse Diego Rhamon, 22 anos, aluno da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) que presenciou o acontecimento, ao portal de notícias G1.

“Existem alguns jatos azuis, ainda mais raros, que são muito maiores que o comum, sendo chamados de jatos azuis gigantes, e foi o caso desse registro feito ontem. O jato se origina no topo de uma Cumulonimbus e segue para cima da atmosfera, na forma de um cone azul vertical estreito, que se ramifica enquanto sobe”, explicou o aluno.

Para ele, não seria possível ver o fenômeno a olho nu a partir da superfície terrestre, mas ontem foi visível. A intensidade da luz é fraca e a duração é curta, menos de um segundo, por isso há uma dificuldade de observar e registrar. A professora da Universidade de São Paulo (USP) Rachel Albrecht é especialista em tempestades e, segundo ela, poucas observações são feitas do Gigantic Jets pois poucos estudiosos tentam achá-lo. “Pesquisadores que fazem esse tipo de monitoramento estão tentando entender como é a ligação entre a camada da atmosfera em que acontecem tempestades, que é a que a gente vê, a troposfera e a ionosfera, que está acima da troposfera”, contou ao G1.

O aparecimento de jatos está ligado a uma descarga elétrica dentro da nuvem e essa descarga nuvem-solo dispara uma corrente elétrica para a ionosfera. “Não é nada de outro mundo nem nada preocupante. Só é uma coisa muito bonita de se ver”, concluiu.

 

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