Fósseis mostram que mulher difundia tecnologia e homem ficava em casa
Arqueólogos analisaram ossos e dentes de povos da Idade da Pedra e concluíram que as mulheres eram as grandes responsáveis por difundir práticas culturais e desenvolver novas ideias e tecnologias na Europa. As evidências fossilizadas escavadas de antigos pontos funerários mostram que elas eram as responsáveis pelas longas caminhadas a aldeias distantes do local onde habitavam, promovendo as trocas de conhecimento, supostamente entre os anos 2.500 a.C. e 1.650 a.C.. Os registros de fósseis masculinos, em contraponto, revelaram que os homens permaneceram no mesmo lugar durante toda a vida.
Uma explicação científica para as conclusões dos arqueólogos é que as mulheres da época costumavam fazer pactos de aliança com outras tribos vizinhas, porém, a maneira como eram enterradas comprova que não era um hábito de apenas uma aldeia específica, mas um comportamento comum a mulheres de aldeias e tribos distintas. Um outro fato importante de se mencionar é que não se encontrou relações genéticas das mulheres enterradas, o que sugere que as que tinham o costume de viajar não tiveram filhos ou estes se afastaram delas com o passar do tempo.
O período que os fósseis representam é marcado como um tempo de revoluções significativas, tanto no campo da tecnologia, quanto no campo da agricultura e da religião. As análises apontam para uma participação fundamental do sexo feminino na transmissão dos avanços. O estudo dos cientistas foi feito em cerca de 83 pessoas enterradas e é apoiado também em testes de DNA. Denominado de padrão patrilocal, a prática feminina permaneceu durante todo o processo de transição do Neolítico para a Idade do Bronze Anterior. Os enterros foram feitos ao longo de diversas gerações.
Em entrevista ao DailyMail, Corina Knipper, uma das estudiosas, afirmou que foi possível descobrir o local de habitação das mulheres a partir de seus respectivos dentes. “Com base na análise dos índices de isótopos de estrôncio nos molares, o que nos permite tirar conclusões sobre a origem das pessoas, conseguimos verificar que a maioria das mulheres não era originária da região”, declarou. O modo pelo qual os corpos foram enterrados apontaram para uma não-distinção da população nativa, ou seja, havia integração daquelas mulheres com suas comunidades locais.