Espécie humana viveu 100 mil anos antes do que se acreditava

Wikimedia/Reprodução

A descoberta de restos fossilizados de um animal parecido com um elefante em uma área de construção em San Diego, na Califórnia, parece ter o poder de reescrever a história da colonização do mundo. Ossos de mastodontes de 130 mil anos atrás encontrados parecem ter sido esmagados com pedras, para chegar a medula nutritiva dentro deles. Mesmo isso sendo uma uma coisa normal, acreditava-se que humanos não chegariam ao continente americano até 115 mil anos depois disso.

Acreditava-se que os Homo sapiens ainda estavam na África naquela época e os pesquisadores disseram que o tipo de humano envolvido com os mastodontes não foi identificado. Foi sugerido que poderiam ser Homo erectus, Neandertais ou Denisovanos e a hipótese de serem “hobbits”, os Homo floresiensis, foi descartada. A pergunta que os pesquisadores estão tentando responder é como a espécie que esmagou os ossos de mastodontes chegou nos Estados Unidos. Ela pode ter atravessado a ponte que ligava a Ásia e ao Alasca ou navegado por 80 km de oceano.

Os restos dos mastodontes foram encontrados em 1992, mas apenas com a tecnologia de 2011 foi possível data-los. As descobertas vão ser exibidas no museu San Diego Natural History Museum. De acordo com os especialistas, ao encontrarem os restos dos mastodontes, acreditava-se que não era nada além disso, mas ao começar a investigar, algo parecia estar errado. “Vários pedaços de pedras estavam fora do lugar nos sedimentos do local. Dois experimentos foram feitos para demonstrar que uma pedra, ao ser usada como martelo, faz com que ossos frescos se fraturem de uma maneira peculiar. Nenhum outro processo geológico ou animal produz essas fraturas”, explicou o museu em um depoimento ao jornal britânico Independent.

Além disso, também foram encontradas nas pedras evidências de que elas foram, de fato, usadas como martelo. Esses fatos, segundo o estudo, confirmam a presença de uma espécie não identificada de Homo na área, durante o último período interglacial, indicando que humanos com destreza manual e conhecimento experiencial para usar martelos de pedras e bigornas conseguiram processar os ossos dos mastodontes para extrair a medula e outros materiais para usar como ferramenta.

“Essas descobertas podem colocar a presença dos homininas no Novo Mundo mais de 100 mil anos antes do que se imaginava”, declarou a professora Erella Hovers, arqueóloga da Hebrew University of Jerusalem.

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