Equipe de estudantes desenvolve orelhas humanas a partir de impressoras 3D

Nature Biotechnology/Reprodução

Impressoras capazes de criar células, que crescem e se transformam em tecidos, músculos ou órgãos, que podem, posteriormente, culminar em transplantes e salvar vidas. O futuro parece estar cada vez mais próximo, e estudantes de medicina da Wake Forest Baptist Medical Center (WFBMC), localizada no condado de Winston-Salem, no estado norte-americano da Carolina do Norte estão dando alguns dos primeiros passos. As informações são do tabloide britânico Daily Mail. 

Até o momento, os cientistas implantaram orelhas humanas por baixo da pele de ratos. Após dois meses, a forma da orelha estava bem definida e os tecidos de cartilagem e vasos sanguíneos estavam formados. A “produção” ocorre por meio de uma impressora 3D. O desenvolvimento ocorrido dentro de um bimestre cria a possibilidade de criação de outras partes de corpos humanos em laboratório no futuro. As impressoras são capazes de imprimir células nos padrões do corpo, constatados por exames, tornando possível a criação de tecidos funcionais e órgãos.

Em estudos anteriores, as estruturas resultantes ainda eram instáveis e frágeis para que fossem utilizadas em implantes. A capacidade de produção de vasos sanguíneas, restrita a cerca de 200 micrômetros (cada um é equivalente a um milionésimo de metro) também era um agente dificultador, por restringir a difusão de nutrientes e oxigênio.

Porém, os estudantes da WFBMC resolveram esse problema por meio da impressão das células em conjunto com materiais polímeros biodegradáveis, que tornam as estruturas mais fortes até o amadurecimento dos tecidos. Todo o procedimento é pensado para que as células não sofram dano algum, e nos primeiros experimentos durou tempo o suficiente para que fosse possível integrar o corpo. O sistema de produção dessas células se tornou possível graças a uma “bio-tinta” que permite a difusão de nutrientes e oxigênio por meio de impressoras 3D, desenvolvida ao longo dos últimos 10 anos. De acordo com o médico Anthony Atala, um dos responsáveis pelo projeto, os resultados indicam que a combinação de “bio-tinta” com as células produz um ambiente adequado para que as células se mantenham vivas.

A pesquisa foi publicada na revista Nature Biotechnology, apoiada com recursos do Instituto de Medicina Regenerativa das Forças Armadas, que pretende oferecer tecidos e órgãos gerados em impressoras para futuros pacientes.