Em gravidez de risco, gêmeos se salvam de morte por ficarem abraçados
Com 10 semanas de gestação, gêmeos idênticos sobreviveram por conta de um “abraço”, no Reino Unido. Os dois eram monoamnióticos, ou seja, compartilhavam o mesmo saco amniótico, o que significava que seus cordões umbilicais poderiam se prender um no outro e interromper o suprimento de oxigênio para ambos, podendo os matar. O caso deles é extremamente raro, e, segundo especialistas, atinge 1 em cada 35 mil gêmeos. “Fiquei devastada quando os médicos explicaram que os bebês corriam um risco extremamente alto (cerca de 50%) de não sobreviver à gravidez porque estavam próximos demais. Eles tinham dois cordões umbelicais para se alimentar, que podiam se enrolar e os entrangular. Eu ficava com medo até de imaginar “, desabafou Vicky Cremer, a mãe dos bebês, ao jornal britânico Independent.
Em um dos exames feitos durante a gravidez, Vicky, que até então achava que estava esperando apenas um filho, recebeu dos médicos a notícia de que eram dois meninos idênticos e que estavam entrando em sofrimento. “No espaço de uma hora eu descobri que estávamos esperando gêmeos, mas que eles poderiam estar em perigo. Foi como uma tortura pensar que poderia perdê-los a qualquer momento”, afirmou. O que surpreendeu a todos foi a postura dos bebês durante os momentos de aflição. “Para o nosso espanto, na verificação de 12 semanas, vimos que eles estavam se abraçando e de mãos dadas. Estavam se mantendo vivos permanecendo quietos, então seus cordões umbilicais não se enroscaram”, explicou a mãe.
Depois desses exames avaliadores, por volta das 12 semanas de gravidez, os médicos acompanharam a paciente durante várias semanas até chegarem à semana número 32, em que decidiram fazer o parto (cesariana) para retirar as crianças. Reuben e Theo, como foram chamados os garotos, nasceram com 1,4kg e 1,6kg, respectivamente. “Ambos saíram gritando e, o mais importante, eles estavam vivos. Antes mesmo de conhecerem o mundo, eles se conheciam. Os dois cresceram juntos em um espaço tão pequeno que eu sabia que eles teriam um vínculo especial para o resto de suas vidas”, comentou Vicky. Por nascerem prematuras, as crianças foram encaminhadas à uma unidade neonatal, na qual ficaram por cinco semanas após o parto. Eles tiveram uma ótima recuperação e logo foram transferidos para casa.