Câmeras especiais de drones são usadas em praias para localizar tubarões próximos de banhista

Little Ripper Drone / YouTube

Praias no Norte da Austrália, área onde 14 ataques de tubarão foram registrados nos últimos dois anos, inauguraram uma nova tecnologia para identificar os animais marinhos e salvar vidas de surfistas e banhistas: a utilização de drones especializados. Batizado como “Little Ripper” (ainda sem tradução para o português), o equipamento desenvolvido desde 2005 começou os primeiros testes em 2017 e conta com inteligência artificial de ponta para encontrar tubarões.

Enquanto um humano em cima de um helicóptero tem cerca de 20% de chances de avistar um tubarão, a inteligência artificial do drone aumenta estas possibilidades para 90%. Ele consegue distinguir, ainda, outros tipos de vida marinha, como golfinhos, e enviar pequenos botes que se inflam sozinhos se detectarem alguma pessoa em risco de vida. Quando um tubarão é visto, o quadrado ao redor dele fica vermelho. Se um humano ou golfinho é detectado, o quadrado fica verde ou azul. “Quanto mais utilizarmos, mais informação ele armazena”, afirmou o criador da tecnologia, Ben Trollope, em entrevista ao jornal australiano Gold Coast Bulletin.

Na areia, uma pessoa designada como monitor opera o drone e vê os possíveis riscos da área para avisar aos surfistas ou enviar equipamentos de salvamento. A atualização do escaneamento da superfície é feita a cada 0,2 segundos. “O risco de ser atacado por um tubarão ainda é baixo se você comparar a outras ameaças do dia a dia, como acidentes de carro e até mesmo ataques de abelhas”, afirmou em entrevista ao jornal britânico BBC o especialista em ataques, Rodd Stapley.

A maioria dos ataques na costa da Austrália, segundo relatório divulgado pelo próprio país, são de tubarão branco, tubarão tigre e de cabeça chata. As duas últimas espécies também são campeãs de registros de ataque na costa do Recife, que computou 59 ataques e 24 mortes desde 1992, a mais recente, da estudante Bruna Gobbi, de 18 anos, em 2013. Ao contrário da Austrália, o crescente número de ataques na costa pernambucana fez o surf, prática popular na região, ser proibido ainda na década de 1990. Em alguns relatos, quem burlava as leis tinha a prancha confiscada pela Polícia Militar.

Polícia apreendendo pranchas na praia de Boa Viagem na década de 1990. Foto: Regis Galvão / Arquivo Pessoal
Polícia apreendendo pranchas na praia de Boa Viagem na década de 1990. Foto: Regis Galvão / Arquivo Pessoal

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