Cães são domesticados há mais de 8 mil anos, revelam artes rupestres

Guagnin et al., J. Anthropol. Archaeol

Segundo um estudo temático sobre gravuras publicado na revista científica Journal of Anthropological Archaeology foram encontrados desenhos rupestres que, possivelmente, são as imagens mais antigas de cães domésticos da Terra. As imagens indicam também o uso de coleiras e a amizade entre o cão e o homem na tarefa de caçar outros animais. Pesquisadoras do Instituto Max Planck estimam que o material tem aproximadamente 8 mil anos. “Ossos de antigos cães nem de longe são capazes de contar o mesmo que essas imagens. É a coisa mais próxima de um vídeo do YouTube daquela época”, explica a cientista Angela Perri à revista Science Alert. Os achados estão localizados em dois sítios arqueológicos da Arábia Saudita.

As pesquisas do Max Plank estão, há cerca de 10 anos, catalogando cuidadosamente as milhares de gravuras de Jubbah e Shuwaymis, os sítios arqueológicos árabes. Os estudiosos perceberam que existe progressão entre as cenas e elas são anteriores ao Neolítico, o que aponta para a pré-história como sendo o período de tempo em que surgiu tanto a agricultura quanto a prática de criação de animais. Segundo as representações, o papel desempenhado pelos cães era de auxílio nos hábitos de caça. Os desenhos dos cachorros mostram que eles tinham um aparente porte médio, focinho curto, cauda curvada para frente e orelhas pequenas e eretas, características ainda hoje encontradas em raças de cães mais antigas, que vivem no Oriente Médio.

Guagnin et al., J. Anthropol. Archaeol

Informações genéticas sugerem que os cães foram os primeiros animais a se relacionarem com o homem, há aproximadamente 15 mil anos. As pesquisas indagam que a domesticação canina começou quando um deles, com personalidade mais dócil, se aproximou de um grupo amano buscando alimento e acabou sendo “adotado”. Porém, essa é apenas uma hipótese. Por fim, as referências à “coleira” foram encontradas em gravuras que mostram uma corda amarrada nos pescoços dos bichos e amarradas à cintura dos homens. Sobre a importância histórica do material, Angela Perri conclui: “Quando Maria veio até mim com as fotos de arte rupestre e me perguntou se eles queriam dizer alguma coisa, eu perdi a cabeça”.

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