10 lições que aprendemos com Engenheiros do Hawaii

Em 11 de janeiro de 1985, a Engenheiros do Hawaii realizou o primeiro som ao vivo. Formada em Porto Alegre (RS), a banda de rock foi formada um ano antes, originalmente por Humberto Gessinger, Marcelo Pitz e Carlos Maltz – o nome, por sinal, tinha a intenção de satirizar os estudantes de engenharia que andavam com bermudas de surfista, com quem não se davam muito bem. O longo repertório do grupo permite reflexões das mais variadas, que podem ser levadas a sério por quem as ouve.

1- SOMOS QUEM PODEMOS SER, SONHOS QUE PODEMOS TER

“Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter”
(Sonhos Que Podemos Ser, do álbum Ouça O Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém)

2- NA VERDADE, “NADA” É UMA PALAVRA ESPERANDO TRADUÇÃO

“Todos os dias, eu venho ao mesmo lugar
Às vezes fica longe, difícil de encontrar
Mas quando o neon é bom
Toda noite é noite de luar
No táxi que me trouxe até aqui, Julio Iglesias me dava razão
No clipe Paul Simon tava de preto, mas na verdade não era não
Na verdade “nada” é uma palavra esperando tradução
Toda vez que falta luz
Toda vez que algo nos falta
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro, da piscina”
(Piano Bar, do álbum Várias Variáveis)

3- POR MAIS QUE A GENTE CRESÇA, HÁ SEMPRE COISAS QUE A GENTE NÃO PODE ENTENDER

“Hey mãe!
Já não esquento a cabeça
Durante muito tempo
Isso foi só o que eu podia fazer
Mas, hey hey mãe!
Por mais que a gente cresça
Há sempre coisas que a gente
Não pode entender
Por isso, mãe
Só me acorda quando o sol tiver se posto
Eu não quero ver meu rosto
Antes de anoitecer
Pois agora lá fora,
O mundo todo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas…”
(Terra de Gigantes, do álbum A Revolta dos Dândis)

4- PERDOA O QUE PUDER SER PERDOADO, ESQUECE O QUE NÃO TIVER PERDÃO

“O teu maior defeito
Talvez seja a perfeição
Tuas virtudes
Talvez não tenham solução
Então pegue o telefone
Ou um avião
Deixe de lado
Os compromissos marcados
Perdoa o que puder ser perdoado
Esquece o que não tiver perdão
E vamos voltar aquele lugar
Vamos voltar”
(Perfeita Simetria, do álbum O Papa É Pop)

5- NÃO SE PODE PERDER A HORA CERTA COM A PESSOA ERRADA

“Não vá perder a hora certa com a pessoa errada
Diga adeus, adeus
A vida não pode ser um contagotas na tua mão
Uma chuva que não chove, um sol que não sai
A vida não pode ser medida com precisão
Motor que não se move, nuvem que não se vai”
(Nuvem, do álbum Minuano)

6- JÁ VI O FIM DO MUNDO ALGUMAS VEZES E NA MANHÃ SEGUINTE ESTAVA TUDO BEM

“Foi cruel, mas foi melhor assim
Sei que dói quando chega o fim
Dores que ninguém nunca sentiu
É o sentimento mais comum
Já vi o fim do mundo algumas vezes
E na manhã seguinte tava tudo bem”
(Melhor assim, do ábum Tchau Radar)

7- DESATE O NÓ QUE TE PRENDEU A UMA PESSOA QUE NUNCA TE MERECEU

“Desate o nó
Que te prendeu
A uma pessoa que nunca te mereceu
Desate o nó que nos uniu
Num desatino, um desafio
Ando só
Como um pássaro voando
Ando só
Como se voasse em bando
Ando só
Pois só eu sei andar
Sem saber até quando”
(Ando Só, do álbum Várias Variáveis)

8- ESQUECEMOS O QUE SOMOS: SIMPLES DE CORAÇÃO

“Casa vazia
Luzes acesas
Só pra dar a impressão
Cores e vozes
Conversa animada
É só a televisão
Já perdemos muito tempo
Brincando de perfeição
Esquecemos o que somos:
Simples de coração”
(Simples de Coração, do álbum Simples de Coração)

9- ERRAR PODE TE CUSTAR ALGUMAS NOITES DE SONO

Eu que falei nem pensar
Agora me arrependo roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão

Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como o refrão de um bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser

E um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar

Num bar
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada no espelho do banheiro”
(Refrão de um bolero – Revolta dos Dândis)

10- SEJA O QUE FOR, SEJA POR AMOR ÀS CAUSAS PERDIDAS

“Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.
Ás de espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário

Por amor às causas perdidas…
Tudo bem…até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem…seja o que for…
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas”

(Dom Quixote, do álbum Dançando no campo minado)

Isabela Veríssimo

Isabela Veríssimo

Repórter

Isabela Veríssimo é estagiária da editoria de Mídias Sociais do Diario de Pernambuco desde setembro de 2016. Atualmente, integra a equipe do CuriosaMente.