Descobertos textos ocultos em papiros que envolvem múmias no Egito

Os artefatos que envolvem os corpos das múmias do Egito Antigo são feitos de papiros considerados descartáveis para a época, porém, uma técnica envolvendo diferentes luzes revelou que os escritos deles acabaram sendo obscurecidos por causa do gesso que une invólucros e as múmias. Pesquisadores britânicos utilizaram a técnica e conseguiram fazer com que a tinta da escrita brilhe e se sobressaia, tornando possível a leitura sem danificar os artefatos e descobriram que as inscrições revelam hábitos da vida no Egito.

Os hieróglifos nas paredes das tumbas dos faraós narram as jornadas dos poderosos da sociedade egípcia. Esses papiros, agora acessíveis, carregam informações sobre o dia a dia das pessoas comuns, permitindo a ampliação sobre a ideia da vida no Egito Antigo. “Essas máscaras são uma das melhores bibliotecas que temos de resíduos de papiro que seriam jogados fora. Elas incluem informações sobre essas pessoas, sobre a rotina delas”, explicou o pesquisador Adam Gibson, da University College London, líder do projeto que desenvolveu a técnica, para o jornal britânico BBC.

O primeiro teste foi realizado no caixão de uma múmia guardado no museu do castelo de Chiddingstne, no condado britânico de Kent. Os escritos descobertos, não visíveis a olho nu, revelaram o nome Irrethorru, considerado extremamente comum no Egito Antigo (como se fosse um João). “Eu ficava horrorizada quando via esses objetos preciosos serem destruídos para termos acesso ao texto. É um crime. São recursos finitos e agora temos a tecnologia certa para fazer os dois: preservar os objetos e olhar dentro deles para entender a forma como os egípcios viviam por meio das provas documentadas”, declarou Kathryn Piquette, participante da pesquisa.