Cientistas acreditam ter descoberto droga capaz de parar o Alzheimer
Uma pesquisa elaborada por cientistas alemães está trabalhando no desenvolvimento de uma droga que pode evitar a manifestação da doença de Alzheimer. Num intervalo de cinco anos, o medicamento consegue tratar e evitar a condição, causada por células imunes no cérebro que surgem a partir de uma inflamação na região. Alguns experimentos se mostraram capazes de destruir células conhecidas como micróglias, e, através disso, conseguiram reduzir a formação de aglomerados de substâncias beta amiloides, alimentadas por essa inflamação. Eles atuam no cérebro de pessoas com Alzheimer afetando negativamente as suas memórias. Todas as tentativas anteriores de curar a doença foram falhas em algum aspecto.
O estudo da Universidade de Bonn, na Alemanha, publicado na Revista Nature, descobriu que a técnica utilizada pelos pesquisadores funcionou em ratos vivos e em células cultivadas em laboratórios. “Em pacientes com Alzheimer, a deposição de amiloide beta é acompanhada por ativação do sistema imune inato e envolve a formação de manchas da proteína ASC em micróglia”, disse o professor Heneka ao jornal britânico DailyMail. Essas proteínas se unem ao amiloide-beta e, gradativamente, aumentam os aglomerados. Os anticorpos para ASC, que impedem que as manchas se liguem a outras proteínas, também suprimiram a formação de aglomerados beta amiloides.
O biólogo Richard Ransohoff, vinculado à Harvard Medical School, em Boston, revisou o estudo publicado na revista e considerou a descoberta “extremamente bem-vinda”, mas fez uma ressalva explicando que a supressão da formação de manchas ASC pode não inibir suficientemente todos os problemas que envolvem a doença. “Apesar dessa dificuldade, que prejudica todas as terapias dirigidas, é encorajador e revigorante ter um mecanismo recém-descoberto para considerar na busca de tratar a doença de Alzheimer”, afirmou.