Hospital é denunciado após tirar bexiga de bebê por engano
A família de um bebê de menos de 7 meses que teve a bexiga retirada com 4 dias de vida acusa o hospital que a tratou de negligência no tratamento. Segundo familiares, a menina foi submetida ao procedimento erroneamente. O procedimento aconteceu em abril deste ano, mas a família só decidiu expor a história agora. O Hospital Santa Helena, em Brasília, por sua vez, informou que encaminhou o caso para avaliação “nas instâncias competentes, conforme a legislação vigente” e que uma equipe médica da unidade de saúde acompanha e permanece à disposição da família para qualquer necessidade.
A mãe da criança, Nathalia Evelyn Peixoto, 21 anos, conta que a menina passou por vários exames durante a gestação, três deles de sangue. A partir dos resultados, a equipe médica identificou um cisto no ovário do bebê, ainda segundo a mulher. “Assim que entrei em trabalho de parto, fiz questão de entregar todos os exames, mas os doutores interpretaram outro problema pelas imagens, diferente do que constava: um cisto abdominal, próximo ao umbigo. Eu estranhei”, destaca.
Para Nathalia, todos os médicos fizeram o diagnóstico errado. “Um deles, inclusive, afirmou que precisavam remover o tal ‘cisto’ com urgência. E, se a cirurgia de remoção não fosse feita na criança dentro de um mês, os órgãos dela seriam comprometidos”, acrescenta. A menina passou pela cirurgia e, após complicações, os médicos teriam percebido o erro. “O doutor tirou a primeira coisa que viu pela frente, no caso, a bexiga. Só depois que foram perceber o erro”, acusa Nathalia.
Ela conta ainda que, nos dois dias em que ficou internada na UTI, a menina não urinou. Como consequência, reteve muito líquido. Quando os médicos perceberam o problema, implantaram dois drenos para que ela conseguisse expelir a urina. Somente daqui cinco anos a bebê passará por um novo procedimento cirúrgico para implantar uma bexiga artificial. Até lá, usará sonda. “É preciso ter cuidado antes, ter mais diagnóstico, não deixar o que aconteceu com minha filha acontecer com mais ninguém. Dá revolta de pensar que minha filha não precisava passar por isso”, desabafa.
A versão do hospital
O Hospital Santa Helena se manifestou por meio de nota. A unidade médica não negou, mas não admitiu a falha. “Após a análise interna, a Diretoria encaminhou o caso para avaliação nas instâncias competentes, conforme a legislação vigente”, destaca o texto.
Segundo o estabelecimento de saúde, uma equipe médica acompanha o caso e permanece à disposição para qualquer necessidade. “Recentemente, o Hospital manteve contato com a família para prestar eventual assistência necessária”, conclui. O hospital não divulgou a identidade do médico responsável pela cirurgia.
A mãe da criança afirma, no entanto, que nunca recebeu assistência, e que foi ao hospital três vezes para tratar do caso. Só obteve algum retorno da instituição, segundo ela, depois que denunciou a situação em uma rede social.