Menino repreendido por usar batom na escola recebe apoio de colegas

Facebook/Reprodução

Na última quarta-feira (31/05), Diego Archanjo, um rapaz de 17 anos, precisou tirar uma dúvida na coordenação de sua escola – o Sistema Elite de Ensino, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Lá, acabou chamado à sala da coordenadora. O motivo? Diego usa batom para ir à escola desde o início do ano e ela pediu que ele não o fizesse mais, para não incitar o preconceito de outras pessoas.

Diego fez um desabado em seu perfil no Twitter após refletir sobre o assunto. Apesar de ele ter consciência de que a professora, em sua ótica, estava tentando protegê-lo, Diego se questionava os valores sob os quais o pedido havia sido feito. “Pensei comigo mesmo: por que ao invés de orientar a pessoa que oprime a não oprimir, ela orientou o oprimido a mudar?”, disse ele ao jornal Extra.

O que ele não esperava era receber o apoio massivo de seus colegas de escola. No dia seguinte, vários estudantes se manifestaram em apoio a Diego e foram para a aula usando batom, entre meninos e meninas, tanto em sua unidade quanto em outras do Sistema Elite. Eles posaram para fotos que foram publicadas nas redes com a hashtag #BatomPodeHomofobiaNAO, que chegou a ocupar a segunda posição entre os assuntos mais comentados no Twitter.

/ansbias/status/870283989554278401">1 de junho de 2017

“Fiquei impressionado! O movimento é muito mais do que batom. É sobre machismo, sexismo e homofobia dentro da escola.”, comentou Diego sobre o apoio dos colegas. Mas fez questão de ressaltar que a professora não teve o intuito de constrangê-lo ao chamar sua atenção. “Depois acabaram hostilizando a coordenadora, mas ela só se preocupou que eu poderia sofrer algum tipo de repressão. Essa orientação veio de um machismo enraizado. Ela teve boa intenção, mas de maneira errada.” Ele também fez uma postagem no Facebook relatando o caso.

Após a repercussão, o Sistema Elite de Ensino se pronunciou, reafirmando seu compromisso com a livre expressão de seus alunos.

Além da postagem no Twitter, a escola divulgou uma nota sobre o caso.

O Sistema Elite de Ensino esclarece que já apurou internamente o mal entendido ocorrido com um aluno em uma de suas unidades. Conforme esclarecido pelo próprio aluno em um vídeo nas redes sociais, em nenhum momento houve atitude discriminatória da escola. Os princípios e valores do Elite, nos quais se embasa não só nossa proposta educativa mas também inspiram nossos modos de ser escola e nossos educadores, preza pelo acolhimento à diversidade e respeito ao ser humano. “O batom é livre para todos”!

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