Implante de eletrodo no cérebro permite que tetraplégico mova o braço
Ian Burkhart, 25 anos, natural de Ohio (EUA) mora em Dublin, na Irlanda, e é a primeira pessoa do mundo a conseguir controlar movimentos dos braços a partir de um elétrodo implantado no cérebro. Ele sofreu um acidente em 2010 e bateu a cabeça em um banco de areia, ficando tetraplégico. Médicos disseram a Ian que nada poderia ser feito para ajudá-lo, mas ele decidiu que buscaria alternativas e, assim, encontrou o estudo realizado pela empresa NeuroLife.
O instituto que desenvolveu a tecnologia da NeuroLife, Battelle Memorial Institute, explicou a Ian que o estudo focava em usar estimuladores eletrônicos nos músculos dos antebraços. Em sua aplicação, o sistema se mostrou muito mais avançado do que o paciente esperava e permitiu que os médicos selecionassem segmentos menores, permitindo que Ian realizasse pequenos movimentos, inicialmente em um dos seus dedos.
Quando eles descobriram que os músculos de Ian respondiam aos estímulos, começaram a desenvolver um sistema conectado a um implante cerebral. “Os médicos basicamente abriram meu couro cabeludo, fizeram um buraco no meu crânio e colocaram o eletrodo na superfície do meu cérebro”, explicou ao jornal britânico Daily Mail.
Os cientistas não sabiam se Ian seria realmente capaz de controlar o sistema e foi necessário esperar que ele se curar completamente para poder conectar o implante ao computador. Antes disso, ele aprendeu a controlar uma mão virtal para que assim ele pudesse treinar e se preparar.
“A primeira vez que eu consegui controlar minha mão com meu próprio cérebro foi surpreendente. Me fez ter certeza de que o risco da cirurgia no cérebro valeu a pena e que a tecnologia na qual estávamos trabalhando estava na direção certa”, disse. Os eletrodos enviam pequenos pulsos elétricos para os músculos do antebraço de Ian e o permitem mover e apertar o dedos, assim ele é capaz de pegar objetos, despejar coisas dentro de um copo, cozinhar e até jogar Guitar Hero.
Porém, essa tecnologia ainda está em fase experimental e só pode ser usada dentro do laboratório dos pesquisadores. Ian espera que a tecnologia o permita viver uma vida mais independente e que, no futuro, os sensores possam ser colocados no corpo todo. “É incrível pensar que, por ser parte desses estudos, eu estive na ponta de todas essas possibilidades futurísticas e mal posso esperar para ver o que está por vir”.