Cuidado com o próximo prolonga a vida, afirma estudo
Oferecer apoio e ajuda a terceiros pode acrescentar anos na vida de uma pessoa, de acordo com um estudo feito na Universidade de Basel, na Suíça. A pesquisa teve como base os dados adquiridos em um estudo sobre o envelhecimento em Berlim, feito principalmente entre os anos 1990 e 2009, avaliando continuamente, até agora, 516 indivíduos entre os 70 e os 100 anos, ao longo de 14 sessões para estimar saúde física e mental, além da condição social e econômica.
Além de constatar que avós que ocasionalmente cuidam dos netos têm a tendência a viver mais, essa lógica também se aplicava a pessoas mais velhas que não tiveram filhos e cuidavam de outras pessoas em seu meio social. A partir da fase inicial do primeiro estudo, os participantes que não cumpriam nenhum papel em cuidar de outras pessoas tinham uma probabilidade maior de ter morrido dentro de cinco anos após o primeiro período do teste.
Os participantes que não tinham filhos e cuidavam de outras pessoas dentro de seu âmbito social viviam uma média de sete anos após o teste, enquanto os que não tinham filhos mas não cuidavam de ninguém viveram por mais quatro anos. Metade dos avós que cuidavam dos netos de vez em quando também permaneciam vivos dez anos após o primeiro teste.
Ainda segundo o estudo, a tendência ao cuidado com os outros tem origens na família. “É plausível que o desenvolvimento dessa atitude de pais e avós direcionadas aos descendentes tenha deixado marcas no corpo humano, em termos de um sistema hormonal e neural, que subsequentemente criou a base para a evolução da cooperação e altruísmo para não-familiares”, explica a autora principal do estudo, Sonja Hilbrand, em um comunicado oficial no site da universidade.
“Um nível moderado de cuidado demonstra causar efeitos positivos na saúde, mas estudos anteriores já mostraram que um envolvimento mais intenso causa estresse, o que traz impactos negativos na saúde física e mental”, alerta um dos pesquisadores, Ralph Hertwig. “O cuidado não deve ser visto como um remédio para uma vida mais longa”.